ENTREVISTA O JOGO E TSF, PARTE VI - Para o candidato da Lista B nas eleições, o FC Porto terá de ter uma postura criteriosa no mercado de transferências
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Consigo o FC Porto vai voltar a contratar grandes jogadores como Hulk, Falcão, James Rodrigues, Éder Militão…
-Esses eram outros tempos. Eram os tempos onde os fundos e os investidores eram detentores de passes dos jogadores, na maior parte desses casos. E onde uma cultura de scouting, uma direção de scouting, era fundamental para a escolha dos melhores talentos disponíveis. O futebol mudou radicalmente entretanto. Em primeiro lugar, todos esses campeonatos agora pagam muito dinheiro ao seu melhor talento. O talento do futebol brasileiro já sai por valores muito mais elevados. Tem uma capacidade de retenção de talento muito maior por conta dos novos direitos televisivos que foram negociados no futebol brasileiro, no futebol americano também, na MLS. É um futebol que está em crescimento, que tem maior capacidade de reter talento. Quando não o retém, quando o exporta, exporta muito mais caro e a outros valores. Acresce que há os grandes clubes europeus que contratam cada vez mais cedo. E acresce também as cadeias e os grupos de clubes que agora transportam os jogadores entre os seus clubes.
Dito isso...
-Dito isto, uma filosofia de formação torna-se muito mais importante nesta fase, no futuro do FC Porto. Ou seja, tem de haver investimento numa metodologia de formação, numa cultura de formação, formar cada vez mais e melhor. E ser criterioso, claro está, no caso do scouting, escolher melhor. Poderíamos aí adicionar 50 nomes, onde o FC Porto falhou redondamente. Nós queremos reduzir essa margem e errar menos, mas ter uma filosofia muito mais de formação.
É possível o FC Porto voltar a ser campeão europeu?
-Sensível também. É o primeiro ano das novas competições europeias. Tudo isto torna, ou poderá tornar, as coisas muito mais difíceis. O novo formato da Liga dos Campeões, superligas europeias autorizadas... Os 11 que formaram a Superliga ainda existem. Não a abandonaram nem o seu conceito. O único que saiu, tanto quanto sei, é o Inter de Milão. Tudo isto revela um ecossistema de futebol muito sensível. Qual é que será a primeira competição lançada? Vamos ou não vamos ter clubes sauditas na Liga dos Campeões? O impacto de clubes sauditas na Liga dos Campeões pode também determinar ainda mais dificuldade a clubes como o FC Porto para chegar às finais. É claro que há sempre sonhos e oportunidades. Agora, fica difícil.