Candidato à presidência do FC Porto defende que a estrutura deve dar maior apoio ao treinador
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André Villas-Boas, candidato à presidência do FC Porto, considera que a estrutura deve dar mais apoio ao treinador, tendo falado sobre o papel que Sérgio Conceição tem desempenhado ao longo dos últimos anos, em entrevista ao Observador.
"Digamos que foi um treinador muito interventivo e com muito poder numa organização. Acontece também fruto das suas competências e do que ganhou. O que nós queremos é que o FC Porto continue a ganhar e continue a ganhar mais vezes. Três vezes em 11 anos parece-nos curto e é preciso criar uma dinâmica de vitória, é preciso que o FC Porto se encontre com os títulos. Isso é um compromisso e uma exigência que vai estar nesta Direção porque também nos deixa uma Direção muito vitoriosa nos últimos 42 anos e que formou este ADN de vitória Porto que vai estar sempre em nós", afirmou o candidato da Lista B.
"Temos a obrigação imediata de nos encontrarmos com os títulos. Naturalmente que com o passar do tempo e com o treinador, com o seu carisma, carácter e modo de ver o que é o funcionamento da organização, provavelmente substituiu-se a muitas pessoas dentro da estrutura. Foi diretor desportivo, foi diretor de scouting, foi motivador, foi diretor de comunicação… O clube tem de ser muito mais ativo em todas estas áreas para permitir que treinadores desta categoria se foquem apenas no essencial, que é treinar as suas equipas. Este era também o entendimento do meu FC Porto de 2010/11. Existia enquanto estrutura que apoiava o seu treinador e o treinador dedicava-se a treinar o seu conjunto de jogadores e a estrutura estava lá para cobri-lo e para apoiar nos mais diferentes setores com pessoas de diferentes competências. É neste tipo de estruturas que acredito e quero implementar.", vincou Villas-Boas, que esta semana apresentou Zubizarreta e Jorge Costa para a direção desportiva, caso seja eleito.
O antigo treinador dos dragões abordou igualmente a questão financeira do clube. "Tudo o que se tem passado são indicadores de rutura de tesouraria para os quais temos de responder imediatamente. O que estamos a fazer nesta fase? Estamos a começar a sentar com a banca internacional para ter contactos exploratórios do modo como eles olham para a reestruturação da dívida, alongá-la a taxas de juro muito mais equilibradas do que aquelas que são praticadas pelo FC Porto com determinadas empresas de factoring ou determinados fundos. Estamos nessa fase, tomando posse há imediatismo de tesouraria e de cash flow que temos de resolver para depois implementarmos as nossas ideias do ponto de vista de estruturação, do crescimento do clube a nível comercial, do crescimento a nível desportivo, da formação, do scouting… Tudo isto obedece a um planeamento a curto, médio e longo prazo, para o futuro.