Mikel Villanueva, defesa do Vitória de Guimarães, recorda os primeiros tempos no futebol, a preferência pelo basebol e o desejo dos pais na Venezuela
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Perdeu-se um engenheiro: "No basebol, se não chegas a profissional quando és jovem, depois fica difícil. Como já não tinha possibilidade de jogar basebol, fui para universidade e jogava lá futebol com os meus amigos. Uma equipa da minha cidade viu-me jogar e perguntaram-me se eu queria jogar. Disse que sim, mas não levei muito a sério. No entanto, com o passar do tempo, dediquei-me 100 por cento ao futebol. Gosto de todos os desportos e adapto-me bem. O mais difícil foi deixar a universidade porque os meus pais queriam que eu estudasse, mas vi que no futebol podia ter um futuro. Deixei então a universidade, onde estava a estudar engenharia industrial, talvez por influência do meu pai, porque ele é engenheiro."
Na rua com os amigos: "Parei os estudos na universidade no segundo ano e dediquei-me ao futebol. Foi tudo muito rápido. Num ano estava a estudar e a jogar na rua com os meus amigos e agora estou aqui, como profissional e a jogar na seleção É incrível. Ninguém acreditaria nisto, nem eu."
Salto para a Europa: "Comecei a jogar futebol aos 19 anos e estive dois anos a jogar na Venezuela. Vim depois para Espanha e comecei a ser chamado à seleção. A questão da língua ajudou à adaptação ao futebol espanhol. Além disso, é difícil a um venezuelano vir para a Europa por ocupar uma vaga de estrangeiro, mas eu tenho a facilidade de jogar como espanhol."
Salários em atraso: "Cheguei a Málaga e joguei um ano na equipa B e rapidamente subi à primeira equipa. Assim como subi rapidamente também comecei a ter algumas contrariedades, como a passagem pelo Réus, clube que depois desapareceu, e estive sem receber dinheiro, além de estar longe do meu país. Foram momentos difíceis, mas isso torna uma pessoa mais forte. Como estava emprestado, o Málaga não tinha a obrigação de me receber de novo, mas nessa altura tive a ajuda da minha família e dos meus representantes."
Santa Clara: "No primeiro dia em que cheguei ao clube a minha esposa fez-me uma surpresa e disse-me que estava grávida. Vivemos lá os primeiros tempos da minha filha. Fui sempre fui muito bem tratado no clube e na cidade, onde gostei de estar.
Sentia que confiavam muito em mim e isso é muito importante para o crescimento de um jogador. Graças a isso estou agora no Vitória, um clube muito grande, e estou feliz aqui. Aceitaram-me muito bem e estou feliz."
Voz de comando: "Sei que sou um dos mais experientes e já sabia isso que ao vir para aqui também tinha a missão de ajudar a crescer os mais jovens. Sempre que posso dou-lhes conselhos e fico feliz porque eles aceitam o que lhes digo".
Fora do futebol: "Eu, a minha esposa e a minha filha, que é portuguesa, somos muito tranquilos e de ficar por casa. Também gostamos muito de conviver com amigos, e temos alguns venezuelanos que estão cá. Estamos muito felizes aqui. Tenho mais anos com o clube e estou a pensar comprar casa em Portugal, porque gostamos de estar cá,além de que estamos perto da família, porque os meus irmãos estão em Espanha"
Elogios ao plantel vitoriano: "Sou muito tranquilo e não sou de dar duras aos companheiros, mas quando tenho de falar, digo o que tenho a dizer para ajudá-los, até porque tenho experiência e já passei por algumas situações. Este é um dos melhores grupos que encontrei na minha carreira. É um grupo jovem, com margem de progressão e com um futuro muito bom. Estou muito feliz com o grupo, com o clube, com a cidade e com os adeptos. Espero continuar cá muitos anos"
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Declarações aos meios de comunicação do clube