Vicens: “O meu nível de entusiasmo para fazer um grande trabalho no Braga só aumenta”
Carlos Vicens muito contente com as primeiras semanas de trabalho no Braga
Corpo do artigo
Carlos Vicens está entusiasmado com aquilo que encontrou em Braga, desde as condições de trabalho à predisposição dos jogadores para aprender. Em declarações aos meios do clube, o treinador espanhol lembrou as circunstâncias especiais neste preparação, tendo em conta que a equipa vai realizar o primeiro jogo oficial da temporada no próximo dia 24, em jogo a contar para primeira mão da segunda pré-eliminatória da Liga Europa, com adversário ainda por determinar e que sairá do confronto entre os búlgaros do Levski Sofia e os israelitas do Hapoel Beer Sheva.
Primeiras impressões
“Foi tudo muito rápido e já passaram três semanas. Em primeiro lugar, tive uma receção espetacular por parte de todas as pessoas do clube. Fizeram com que os nossos primeiros dias de trabalho pareçam muito fáceis. Em segundo lugar, encontrei um grupo de rapazes com uma predisposição incrível para trabalhar no dia a dia e para tentar aplicar os nossos conceitos. A minha avaliação é muito positiva nestas primeiras três semanas. Obviamente, tivemos jogadores que foram chegando, primeiro por compromissos internacionais e depois porque chegaram reforços. E eu também tiver oportunidade de ver os jogadores jovens que vão estar entre a primeira e a segunda equipa, o que também é positivo. E tudo isto são sensações positivas. Não tenho a sensação de que tenha havido nem urgência, nem sensações de que seja difícil implementar novos conceitos pelo que estou bastante satisfeito”
Surpreendido positivamente
“A primeira coisa que te surpreende quando começas a trabalhar neste clube é a qualidade as instalações, tanto da parte da academia, a proximidade do estádio, bem como a quantidade de recursos e o padrão de nível das instalações que temos para trabalhar, que são espetaculares.
Quanto à cidade, já me levaram a alguns restaurantes e o nível da comida é muito boa, tal como já me tinham dito, mas até supera as expectativas”
Questão de identidade
“Grande parte da nossa energia, desde que chegámos tem a ver com a importância do grupo e a da equipa sobre o individual, assim como a importância de estabelecer valores claros que nos identifiquem como equipa de trabalho, como pessoal que têm um objetivo comum, uma equipa que, com ambição, saiba que há coisas muito importantes no dia a dia, nos pequenos detalhes que são aqueles que permitem olhar para longe. Já falámos muito de que essa visão, se nos desviarmos do processo passo a passo, pode confundir-nos. Por isso, colocamos muito ênfase em nos focarmos nesses aspetos. Cada treinador tem a sua própria ideia, a sua própria identidade, e a receção dos jogadores ao que tentamos implementar em campo, em todos s treinos, é muito, muito bom. Obviamente, isto dá trabalho. Estamos conscientes de que existem aspetos que precisam de ser melhorados. Vimos com essa ideia e continuamos com grande entusiasmo para trilhar este caminho em direção ao que queremos, ao que nos queremos tornar”
Preparação em circunstâncias especiais
“Vemos que os jogadores já estão a aplicar coisas que nos primeiros dias era mais difícil acertar. O nível de condição física está a melhorar e vê-se os jogadores muito focados, muito concentrados em tudo o que estamos a explicar para aplicar e para que se desenvolva com sucesso. Além disso, sabemos que cada dia é menos um dia para o nosso primeiro jogo oficial. Os jogadores também sabem que precisamos de uma preparação especial, porque vamos ter um final de julho e agosto especial comparado com a maioria das equipas da nossa Liga e as circunstâncias especiais requerem uma preparação especial. Os jogadores estão a responder muito bem”
Algumas correções
“Tentamos treinar praticamente todos os momentos do jogo porque também pensamos que, ao fazê-lo, depois vamos ver o quão confortáveis eram as nossas ideias, tentando ainda ajustar o que precisa de se ajustado e ajudar os jogadores a compreender melhor tudo aquilo que estamos a implementar”
Jogadores não são robôs
“Defendo vivamente a importância de conhecer o jogador. Para mim, isso é fundamental. Temos de ter em conta quem treinamos, que relação têm entre eles, como se relacionam dentro e fora do campo. Isso tem uma importância primordial na hora de considerar qualquer ideia a desenvolver no campo. Os jogadores não são robôs que vão aplicar uma ideia, um sistema de jogo, um desenho, uma estrutura que o treinador tenta obrigá-los. Os jogadores têm a sua própria personalidade e a minha intenção é que essa personalidade, esse caráter, essas capacidades individuais que cada um tem, juntamente com a nossa forma de trabalhar e a nossa visão de jogo ajude a potenciá-los. Temos ainda de detetar as capacidades que, por vezes, estão escondidas em alguns jogadores. Já falámos muito com eles e sabem que o nosso foco vai estar em desenvolver o talento que têm. Vamos conseguir que o desempenho da equipa seja melhor a médio ou longo prazo”
Arrepiado
“O futebol é um jogo atraente e, ao ser uma competição, há um vencedor e um vencido. Essa é também a beleza e a particularidade deste desporto, seja num treino, num jogo particular ou num jogo oficial. Isso é que mexe com que os teus cabelos fiquem arrepiados. Cada treino deve ter aspetos que se assemelhem o máximo possível à competição, de forma a tirar o máximo partido dela”
Boa relação com os jogadores
É importante que o jogador saiba que o treinador está lá para ajudar. Depois é importante encontrar o equilíbrio, sabendo eles que podem contar comigo para aspetos futebolísticos e não futebolísticos, mas também que saibam que existe uma pessoa que foi escolhida para levar a cabo este projeto e que vai exigir-lhe uns hábitos e uma rotina diária, ou seja, um trabalho altamente exigente. Se nos queremos tornar numa equipa de alto nível, temos de ter este nível de auto-exigência diário em tudo o que fazemos. E a equipa está totalmente consciente do que está para vir. Desde o primeiro dia sabe que tem de preparar-se de uma forma especial”
Exigência elevada
“A exigência neste mês e meio que vamos ter vai ser muito elevada e penso que isso pode ser detetado quando se observa o comportamento dos jogadores no dia a dia, tanto nos treinos como em tudo o que fazemos para nos prepararmos para o treino”
O que o fez assinar pelo Braga
“Devemos guiar-nos por aquilo que diz o nosso estômago e quando recebi a chamada e a oportunidade, assim o senti e foi por isso que decidir dar este passo. Quando se toma uma decisão não se deve olhar para trás, temos de olhar em frente. O meu nível de motivação, entusiasmo e ambição para fazer um grande trabalho no Braga só aumenta e estou focado no meu dia a dia para ajudar o clube, a equipa e os jogadores”