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Gustavo Bom / Global Imagens
Fred Rutten, que treinou o PSV e defrontou o Benfica em 2010/11 na Liga Europa, tendo sido eliminado nos quartos de final após uma derrota por 4-1 na Luz na primeira mão e um 2-2 em Eindhoven na segunda mão, falou a O JOGO sobre a eliminatória que decidirá o acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.
O PSV venceu os seis primeiros jogos da época. Como analisa o adversário do Benfica no play-off?
- O desenvolvimento da equipa está a correr muito bem. No ano passado tinham um novo treinador [Roger Schmidt] e este ano está a notar-se essa evolução, o processo está a consolidar-se e a construção da equipa está a fazer-se notar. A equipa está a jogar como o treinador gosta e tem estado muito bem, quer na Liga dos Campeões quer a nível interno. Têm boas possibilidades de passar à fase de grupos da Liga dos Campeões.
Como joga este PSV?
- É uma equipa que pode mudar, no ano passado jogava em 4x2x2x2 e este ano tem jogado mais em 4x3x3.
Vai ser uma eliminatória equilibrada?
- Penso que desta vez o PSV tem fortes possibilidades de seguir em frente. Lembro-me dos jogos que fizemos no passado e não tivemos sequer hipóteses [orientou o PSV na derrota por 4-1 na Luz em 2010/11, com Jorge Jesus no Benfica]. Agora é diferente. Penso que o nível entre as equipas está 50/50, talvez até esteja a pender um pouco mais para o PSV. Tal como os grandes jogos, e este é um grande jogo, até pelo passado entre as equipas, vai ser decidido nos detalhes.
A questão financeira é importante?
- Há muita pressão, até pela importância de estar presente na fase de grupos pela questão financeira, e os jogadores têm de saber lidar com isso.
O facto de a segunda mão ser nos Países Baixos pesa?
- O segundo jogo em casa para o PSV não é tão determinante agora. Marcar fora não é agora tão importante. Mas é muito difícil bater o PSV em casa, tal como é vencer o Benfica no seu estádio, são equipas fortes em casa.
Quem destaca no PSV?
- O PSV tem uma boa mescla de jogadores experientes com juventude, com muita qualidade e futuro. Mas são jovens e nunca se sabe como vão reagir nos grandes jogos. Estes jogos são uma nova experiência para futebolistas como Madueke. Por outro lado, jogadores como Zahavi ou Goetze podem ser importantes, pois também são experientes pelos seus países e sabem o que fazer durante os jogos e podem ser um apoio importante para os mais jovens. Gotze é um jogador muito importante, é o cérebro da equipa, é ele que pensa o jogo e comanda a identidade da equipa. Se não estiver em campo o PSV perde um jogador-chave. É um jogador de passe, tem um olhar clínico para fazer boas assistências, mas também ele sabe marcar, não se limita a passar. O PSV tem um ataque formado por jogadores capazes de marcar golos, e isso é importante. Há Zahavi na frente, mas depois Gakpo, Madueke e até Goetze são capazes de marcar. E Goetze sabe o tempo perfeito para fazer assistências para os colegas.
A vitória do PSV por 4-0 sobre o Ajax é um sinal de aviso para o Benfica?
- Com o Ajax começaram muito bem, mas a expulsão mudou o jogo. Ganharam 4-0, mas o Ajax esteve com dez muito tempo e o PSV soube jogar muito bem no contra-ataque. É uma equipa que sabe gerir muito bem quer os ataques posicionais quer os contra-ataques, joga bem de qualquer forma.
O que conhece do Benfica?
- Vi o Benfica contra o Spartak e tem uma boa equipa, impressionou-me o espírito da equipa. Funciona como um bloco e esteve muito bem. Para os holandenses é sempre dificil jogar contra equipas portuguesas. Não penso que seja uma questão psicológica e não irá pesar, até porque o PSV tem jogadores experientes e um treinador alemão, mas isso é verdade.
