Conceição aproveitou polivalência de Gabriel e a dupla com Taremi resultou, abrindo boas perspetivas ao jovem.
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A ausência de Evanilson, por lesão, fazia prever que Toni Martínez ou Pepê fossem os escolhidos de Sérgio Conceição para fazer dupla com Taremi contra o Arouca, mas o treinador do FC Porto optou por outra via, lançando Gabriel Veron como parceiro de ataque do iraniano.
Uma opção surpreendente para quem está de fora - foi titular pela primeira vez no campeonato -, mas que vinha sendo trabalhada ao longo dos últimos tempos, sobretudo após a lesão de Evanilson.
A escolha inédita surgiu como consequência de uma das características do brasileiro: a polivalência. No regresso da I Liga, essa faceta foi colocada pela primeira vez à prova desde a chegada do jovem extremo ao Dragão, em julho, e o exame foi superado com distinção: o camisola 7 foi dos melhores em campo, estando diretamente ligado a três golos. Fez uma assistência e "meia" (a bola ainda tocou em dois jogadores do Arouca) para Mehdi e fez o remate inicial defendido por Arruabarrena antes de Otávio marcar aos... 23 segundos.
No Palmeiras, Veron foi alternando a ala com um papel mais central e, sob a orientação de Abel Ferreira, chegou a atuar em diversas ocasiões como "falso 9" e segundo avançado. Contudo, esse fator, por si só, não seria suficiente para promovê-lo à titularidade no FC Porto. Sérgio Conceição, já se sabe, não poupa os jogadores que vêm de um estilo de futebol diferente ao habitual processo de adaptação à realidade europeia e Gabriel não foi exceção. Ao longo dos últimos meses, o atacante ganhou competências defensivas e absorveu a necessidade de estar ligado ao jogo em todos os momentos, um reparo que o técnico dos azuis e brancos chegou a fazer publicamente, após o duelo com o Vizela (ver caixa], na segunda jornada do campeonato.
A tal fase de ambientação não está concluída, mas Conceição entende que Veron já fornece garantias suficientes para que possa ser titular num encontro de responsabilidade máxima. A resposta dificilmente poderia ser mais positiva e uma coisa parece clara: com Evanilson de fora pelo menos até à final four da Taça da Liga, no fim de janeiro, projetam-se mais oportunidades. A começar já pelo Casa Pia, no primeiro encontro portista em 2023.