Veríssimo ensaia cunho pessoal, mas "é impossível mudar muita coisa em tão pouco tempo"
Na equipa B do Benfica, o sucessor de Jorge Jesus tem apresentado resultados em 4x3x3, mas também aprecia o 4x4x2. Toni, ex-técnico das águias, admite alterações mas vê falta de tempo para as executar
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Os ponteiros do relógio aceleram velozmente para a noite de hoje, onde Nélson Veríssimo regressa ao banco da equipa principal do Benfica e com a missão de a motivar depois de uma semana de revolução que culminou com a saída de Jorge Jesus. O novo responsável pelos destinos das águias, até final da época, desafia o FC Porto no Estádio do Dragão, a partir das 21h00, podendo desde já começar a cravar o seu estilo de jogo, no que pode vir a ser uma quebra profunda com aquilo que os encarnados foram na vigência de Jesus.
A ausência de Otamendi, por castigo, que se junta à do lesionado Lucas Veríssimo, pode "forçar" uma defesa a quatro
Com apenas um par de dias para se dedicar ao clássico e, ainda, com o acréscimo emocional de ter perdido a mãe no mesmo dia em que aceitou ser, pela segunda vez, o "bombeiro" das águias, Nélson Veríssimo equaciona se vale a pena manter o formato da equipa em 3x4x3 (ou 3x5x2) ou se irá arriscar numa mudança ao figurino mais utilizado em 2021/22 pelo antecessor.
Na equipa B das águias, que deixou como líder da II Liga, o técnico foi bem sucedido com o 4x3x3 e adivinha-se que a sua reprodução possa ver-se também na formação principal ou, em alternativa, a adopção do 4x4x2 aplicado após a saída de Bruno Lage.
A queda dos três centrais pode, no entanto, acontecer já hoje principalmente devido à indisponibilidade de Otamendi (castigado), que se junta a Lucas Veríssimo (lesão), duas peças essenciais ao longo da época na defesa. Sobram, ainda, Vertonghen (que sem Grimaldo, em quarentena devido à covid-19, também é opção para a lateral-esquerda), Morato, Ferro e o jovem Tomás Araújo, sendo que os dois últimos poucos minutos somam: o primeiro tem 135 minutos, o segundo 90.
Toni sente que tempo foi curto para mudar
Toni - ele que foi chamado algumas vezes ao papel agora assumido por Veríssimo - não acredita numa mudança imediata por falta de tempo. "É impossível mudar muita coisa em tão pouco tempo, pelo menos no que diz respeito a questões mais táticas, as quais precisam de ser trabalhadas. Para este jogo, acho que o que pode ser mudado é o estado de alma da equipa, o aliviar de alguma tensão que pudesse existir", afirma a O JOGO.
O técnico admite que "será preciso tempo para a consolidação das ideias de jogo do novo treinador, pois isso não se faz com um clique, embora a partida no seu decurso possa ditar a adopção de mudanças".
"União por Pizzi tem de continuar em campo"
Numa altura em que Jorge Jesus afastou Pizzi, um dos capitães, de um treino e a equipa se juntou em defesa do seu colega, Toni lembrou que "as culpas terão de ser repartidas sempre", em casos destes. Mas o experiente técnico e ex-jogador, vê que essa união pode ser útil, se levada para a competição. "Nélson Veríssimo vai querer que essa união revelada também seja transposta para o campo. A união torna sempre mais fácil o trabalho do treinadores", apontou Toni.