ENTREVISTA, PARTE III - Jindrich Trpisovsky, treinador do Slávia de Praga, falou com O JOGO sobre as vendas de Alexander Bah e David Jurásek ao Benfica.
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Em duas temporadas consecutivas, os responsáveis benfiquistas pescaram jogadores no Slávia de Praga. Bah chegou na última época, com um custo de 8,6 milhões de euros e Jurásek agora, por 14 milhões (mais 10% da venda futura).
O Benfica contratou dois defesas do Slávia no espaço de um ano. Que explicação aponta para este facto?
-O motivo principal terá a ver com a qualidade dos jogadores. Já vi alguns jogos do Benfica, um deles pessoalmente. Ambos os clubes, o Benfica e nós, partilham um estilo de jogo semelhante. O estilo de jogo do Slávia condiz com o do Benfica.
Isso também reflete o seu trabalho?
-Tem sido um trabalho interessante e não é só meu. Provou que temos olho para avaliar jogadores, para fazer uma boa seleção de jogadores. Tanto Alex quanto David jogavam noutras posições nos seus antigos clubes e optámos por treiná-los para serem laterais clássicos. Um jogador veio do Mlada Boleslav, o outro de um clube que desceu da primeira divisão dinamarquesa na temporada seguinte. Isso mostra a capacidade do Slávia a escolher os jogadores. O facto de eles serem jogadores do Benfica agora, é claro, também reflete o bom trabalho da nossa equipa.
Que importância tem para o Slávia a venda de jogadores ao Benfica?
-Antes de tudo, significa receita. Somos um clube que precisa equilibrar o orçamento através do futebol e das transferências. Este é o segundo ano consecutivo em que a venda de jogadores cobre uma parte considerável do orçamento. Em segundo lugar, dá-nos uma boa reputação, como o Benfica tem na Chéquia, onde as pessoas consideram-no um clube grande e simpático e muitos adeptos do Slávia o apoiam. Vender jogadores a um clube que domina o futebol português e apresenta um excelente desempenho na Liga dos Campeões acrescenta ao nosso prestígio. E também é bom ver os nossos jogadores a participar em grandes jogos, é claro.