Em menos de doze meses foram vários os negócios rentáveis para os encarnados que, por essa razão, continuam confortáveis para negar a venda dos seus maiores talentos a não ser pelas cláusulas de rescisão
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O Real Madrid oficializou na terça-feira a contratação, até 2025, de Luka Jovic, avançado que troca assim o Eintracht Frankfurt pelos merengues num negócio de 60 milhões de euros, mais cinco dependentes de objetivos a cumprir.
Jovic custou 6,5 milhões de euros ao Benfica em 2016. Fez 4 jogos pela primeira equipa
Mas para o Benfica este é, também, um negócio chorudo, dado que receberá 22,2 milhões de euros devidos ao acordo que fora selado com o clube alemão aquando do empréstimo de Jovic. Um valor relevante e que contribui para que, apenas no atual exercício da SAD, ou seja, desde 1 de julho de 2018 até ao momento, as águias já tenham acumulado em vendas quase 120 milhões de euros (mais exatamente 119,6 M€), que equivale praticamente à cláusula de rescisão de João Félix, um dos alvos mais apetecidos na Europa.
A contratação de Jovic pelo Real Madrid por 60 milhões de euros, oficializada ontem, rendeu às águias 22,2 M€. No atual exercício, o Benfica recebeu quase 120 M€ em transferências
Indo por partes e começando pelo encaixe dos encarnados no negócio Jovic, o valor final deriva da soma de várias parcelas. Desde logo, os seis milhões de euros relativos à venda ao Eintracht, aos quais se somam 16,2 M€, correspondentes a 30 por cento da mais-valia dos 60 M€ pagos pelo Real Madrid aos germânicos, numa cláusula imposta por Luís Filipe Vieira ao clube de Frankfurt. E estes 22,2 M€ até podem crescer um pouco mais se Jovic atingir os cinco milhões de bónus por objetivos: aí entrará mais milhão e meio nos cofres da Luz, no âmbito da mais-valia.
Mesmo sem essa quantia, desde 1 de julho de 2018 que tem sido sempre a somar para os encarnados, o que pode explicar a opinião já expressa várias vezes pelo administrador Domingos Soares Oliveira e pelo presidente Luís Filipe Vieira, de que as finanças do Benfica estão sólidas e não há obrigação de vender jogadores como João Félix sem ser pela cláusula. Neste exercício, Jiménez (38 M€) foi a venda mais elevada, seguindo-se agora Jovic, logo à frente da transferência de Talisca para o Guangzhou Evergrande (19,2 M€) e da saída de João Carvalho para o Nottingham Forest (15 M€). O quadro abaixo mostra os negócios concluídos nos últimos doze meses e que permitem às águias "respirar" de forma mais tranquila.
Investimento do exercício ronda os 40 milhões
Ao encaixe a rondar os 120 milhões de euros, a balança dos gastos com contratações aparece desequilibrada. Entre números já oficializados em relatórios e prospetos da SAD e outros ainda por confirmar, o Benfica investiu no presente exercício, ou seja, desde 1 de julho de 2018, cerca de 40 milhões de euros. As fatias maiores derivam das aquisições de Gabriel (9,7 M€), Castillo (7,9), Conti (4,7) e Ferreyra (4), este último um valor relativo a comissões e prémios de assinatura. Outros três milhões deverão entrar nas contas pela contratação de Caio Lucas, avançado ex-Al-Ain.