Miguel Ángel Lotina lembra como o juvenil do Tokyo Verdy subiu numa semana à equipa principal
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Fujimoto assinou um arranque de excelência pelo Gil Vicente, com um “hat-trick” na segunda jornada, tudo decidindo na receção ao Aves SAD (4-2) e entrando para a história do clube de Barcelos como um dos três jogadores que assinaram tal registo em jogos do campeonato. O craque japonês de 25 anos, já detentor de um lindo percurso no emblema gilista, 150 jogos e 13 golos, cumpre a quinta época no clube, afeiçoado desde a primeira hora ao futebol português, chegando cedido pelo Tokyo Verdy em 2020/21. Apesar dos 31 encontros nessa temporada, só marcou por uma vez, contra o Sporting, mas foi a vontade do criativo asiático a imperar para que o empréstimo fosse renovado, pelo que se as sensações de Fujimoto não tivessem sido as melhores, hoje não estaríamos aqui perante este lastro de participações e brilharetes pelos galos. Consolidou-se no clube e fez a melhor época da carreira em 2023/24 com cinco golos e oito assistências, definindo essa fasquia para superar a sua melhor versão.
O talento do centrocampista foi visto cedo no Tokyo Verdy, com 19 anos, jogando pouco depois um Mundial sub-20 pelo Japão. Quem abençoou a estreia profissional foi o carismático técnico espanhol, Miguel Ángel Lotina, que também testemunhou a inspiração de Kanya em frente às balizas, faturando por três vezes na J-League. “Quando eu estava no Verdy, Fujimoto era um juvenil e veio treinar connosco, mais outros dois rapazes. Acabou por ficar uma semana completa e logo o convoquei. A partir desse dia, tornou-se jogador da primeira equipa”, lembra a O JOGO o antigo técnico do Celta, Osasuna, Depor e Espanhol, vencedor de uma Taça do Rei pelos catalães.
O papel goleador mais recente é realçado e entendido por Lotina. “Pelo Verdy também fez vários golos importantes. Não o vejo com características para ser um goleador, mas, dominando o lugar no onze, tem qualidades para marcar oito a dez golos por temporada”, evidencia o basco, de 67 anos, sempre convidado a espreitar os jogos da liga portuguesa quando em cartaz está o clube minhoto: “Vejo muitos jogos do Gil Vicente, por causa do Fujimoto, e pondero seriamente vê-lo em algum estádio esta época. Seria um reencontro bonito”.
Para Lotina os argumentos diferenciados do nipónico foram bem aprimorados com o tempo. “Tem boa visão de jogo, grande qualidade técnica e acertada tomada de decisões. Tudo isto é importante no futebol moderno”, avalia, expondo Fujimoto ao assédio do país vizinho. “Qualquer jogador que tenha bom rendimento em Portugal, pode ser uma grande opção para os clubes espanhóis. Ele está nesse lote”, termina.