Declarações de José Fontán após o Arouca-FC Porto (0-2), jogo da 24.ª jornada da I Liga
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Sofrer tão cedo mudou o que tinha planeado? "Sim, é verdade. Penso que as duas partes são distintas. Na primeira parte, competimos muito bem, a pressionar bem o FC Porto, a condicionar o jogo, com o FC Porto a ter que esticar a maioria das vezes para conseguir criar alguma dificuldade. Nós a conseguimos controlar e ter os timings certos para pressionar, falhámos só dois timings à direita que acabaram por dar a profundidade ao FC Porto. Penso que depois com bola estivemos muito bem, a conseguir abrir os espaços entre o lateral e o central do meio para conseguir a atração para depois explorarmos e com isso criar algumas dificuldades ao FC Porto para conseguirmos pressionar e para ter mais chegada na área. Criámos oportunidades, o FC Porto também criou, acho que foi uma primeira parte muito dividida e acho que nós um bocadinho mais por cima do jogo. Na segunda parte penso que o jogo muda totalmente de cariz, fica um bocadinho essa frustração.O FC Porto veio muito para trás, acabou por ficar em espera e em controlo. Já é difícil como uma equipa em 5-4-1, sendo uma grande, as dificuldades aumentam. Não tivemos tanta capacidade para conseguir projetar mais gente e tirar mais gente do FC Porto da última linha para conseguirmos criar mais oportunidades. Tivemos quase sempre com a bola, mas numa outra saída o FC Porto estava a começar a criar problemas, porque estávamos a projetar-nos mais e queríamos ter mais chegada e com isso naturalmente tínhamos algumas transições. Fica só essa frustração de não termos conseguido reduzir, porque acho que o jogo depois na segunda parte ficou com muitas faltas e faltinhas e muitas paragens, muito jogo travado, acabou por baixar muito o ritmo do jogo e isso também acabou por beneficiar o FC Porto.”
Martin Anselmi falou da grande dificuldade em entender os tempos de saída à pressão da equipa do Arouca, acha que foi por isso que se resguardou? “Sim, FC Porto queria pressionar. Nós estávamos a conseguir desbloquear quase sempre, pelos médios, pela atração dos alas mais por fora e a obrigar os laterais do FC Porto a sair para criar dificuldades mais à linha. De cada vez que o FC Porto queria saltar entre os nossos centrais, principalmente com o Gonçalo [Borges], nós criámos mais problemas porque conseguíamos desbloquear e projetar. Como estavam a ganhar, penso que tentou optar por resguardar para depois tentar sair em transição porque sabia que nós não íamos querer ficar só no 1-0. Nós queríamos atacar, queríamos chegar ao empate e depois tentar virar o jogo. Infelizmente, não foi possível. Fica o orgulho nos jogadores. A série muito boa que fizemos. Primeira derrota em 2025. Queremos agora no próximo jogo já conquistar novamente três pontos."
Arriscou tudo com muitos jogadores atacantes: "Sim, procurámos com esses jogadores, com o Puche, tentar dar um bocadinho mais de profundidade ainda e de critério também no cruzamento. O Alex também estava um bocadinho fatigado, ele tem essas características, mas estava um bocadinho fatigado. Tentamos dar essa frescura e depois com os vários jogadores que tentamos introduzir, essencialmente para tentarmos tirar mais jogadores da linha do Porto e tentarmos construir, em vez de estarmos a três como estávamos na primeira parte, tentarmos construir só a dois. O Weverson com muito mais profundidade. Tentámos ter mais jogadores entre linhas, menos jogadores para a construção porque o Porto não pressionava com tantos. Mas a verdade é que tivemos dificuldade só no lance que acaba por ser de golo anulado é que conseguimos efetivamente criar muita dificuldade à linha do Porto. É pena não termos reduzido para conseguirmos entrar no jogo.
Sente que tem alguma receita sobre a forma como se trava este tipo de equipas, os candidatos ao título? “Acho que essencialmente tem a ver com os nossos jogadores acreditarem muito que é possível nós combatermos contra quem quer que seja, competirmos muito durante a semana, durante todos os dias e encararmos os jogos todos da mesma forma. Às vezes, temos um outro de sabor, que também já aconteceu, é verdade, temos que o reconhecer. Mas somos uma equipa que gosta de atacar, gosta de pressionar, gosta de ser uma equipa ambiciosa no jogo. E eu acho que isso também passa para os nossos jogadores e felizmente temos tido a oportunidade de ter jogadores ambiciosos. Mais uma vez reforço o orgulho que tenho deles. Por isso, agora já passou mais um grande, temos que agora ir à busca do próximo jogo, que é outra vez contra um grande para nós, porque todos os jogos para nós são muito importantes."