Vasco Braga de volta após duas roturas de ligamentos: "Nunca pensei em desistir"
Depois de sofrer duas roturas de ligamentos no espaço de dois anos, o médio Vasco Braga está de regresso aos relvados com vontade de mostrar a melhor versão
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Em 2019 o azar bateu à porta de Vasco Braga, quando descobriu que tinha uma rotura de ligamentos num joelho. A recuperação afastou-o dos relvados por mais de um ano e pouco tempo depois teve nova provação. O ano de 2021 começou com outra rotura dos ligamentos e mais uma longa recuperação, que durou até meados de novembro, quando voltou a ser opção no Penafiel.
Vasco Braga recusou-se a atirar a toalha ao chão e, na adversidade, até encontrou pontos positivos. "Sinto que me tornei uma pessoa melhor, mais amável e mais amiga. A nível profissional, tenho de pensar que no futuro vou conquistar coisas boas. Acredito plenamente que ainda vou a tempo de concretizar alguns objetivos e sonhos que tenho. Não vão ser estas lesões que me vão parar. Talvez tenha sido um adiar de alguns objetivos que tinha traçado a curto prazo, que agora terão de ser alargados um bocadinho. Mas sinto que daqui a uns anos vou agradecer por ter tido estas lesões", contou a O JOGO.
Comparando as duas lesões - em joelhos diferentes -, o médio, de 28 anos, afirma que "a segunda foi mais difícil de aceitar, mas mais fácil de tratar". "Na segunda lesão pensei várias vezes nisso: "Porquê a mim? Porquê outra vez?". Acho que ninguém merece passar por uma, quanto mais por duas, ainda por cima quando estava num bom momento individual e coletivo. Pensei várias vezes que ia ter de passar outra vez, pelo mesmo calvário", expôs, enaltecendo o apoio familiar.
"Os meus pais e a minha irmã acompanharam-me sempre. Nos primeiros meses não podemos conduzir, não podemos ir a lado nenhum, precisamos sempre de auxílio para tudo, estamos sempre dependentes de alguém, e aí tive que recorrer à ajuda deles. Foram fundamentais", agradeceu. Mesmo com duas lesões tão graves, a hipótese de deixar o futebol "nunca foi uma opção" para Vasco Braga. "Nunca pensei em desistir", reforça.
O jogo que marcou o regresso aos relvados foi frente ao Portimonense, em jogo da Taça da Liga. Apesar de o Penafiel ter perdido, o momento em que voltou a entrar em campo é quase inexplicável. "O primeiro toque na bola, o primeiro passe... foi especial. Senti o apoio dos adeptos e claro que isso é uma força extra que nos ajuda muito", recordou, perspetivando o que ainda espera desta temporada. "Ainda não estou, nem de longe, ao meu melhor nível, mas espero ser a melhor versão do Vasco", avaliou.
Além da família, a estrutura do Penafiel também foi muito importante na recuperação. "Os jogadores, os treinadores, o departamento médico e a estrutura do clube sempre me apoiaram e não me deixaram faltar nada", concluiu, agradecido pelo apoio.
Mercado imobiliário é o interesse mais recente
Com um sorriso no rosto e sem guardar qualquer frustração pelos momentos vividos nos últimos dois anos, o médio admitiu que as lesões nunca servirão de desculpa para nada. "Adiaram alguns objetivos, sim, mas nunca vou dizer que não cheguei à primeira liga por causa desses problemas. Isso nunca. Sempre me mentalizei para isso e nunca me servirá como desculpa. Aliás, espero que apenas tenha adiado, é sinal que ainda vou lá chegar. Tenho a certeza que tenho essa capacidade", partilhou, revelando que, além do futebol, tem outra paixão. "Mais recentemente, comecei a interessar-me pelo ramo imobiliário. Acho que poderia estar ligado a isso no futuro, mas para já quero continuar a fazer o que mais gosto", rematou.
Jogou no FC Porto e "gostaria de voltar"
No percurso desportivo, Vasco Braga passou pela formação do FC Porto, clube que o marcou. "Tive a sorte de, em todos os clubes que joguei, apanhar sempre grandes balneários. Obviamente que o mais marcante foi o FC Porto, pela dimensão do clube, mas aí ainda era muito novo e vivia num mundo encantado", contou, admitindo que voltar aos dragões seria um sonho. "Toda a gente que está no futebol sonha jogar num dos grandes e, assim, chegar à primeira liga. Não sou exceção, gostaria muito de poder voltar", afirmou o médio.