Vasco Botelho da Costa: "Matematicamente, ainda é possível sermos campeões na I Liga"
Vasco Botelho da Costa, treinador do Moreirense, fez a antevisão do jogo com o Fafe, para a Taça da Portugal, marcado para as 14h00 de domingo
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Jogo com o Fafe: "Vai ser muito difícil. Sei o que é estar do lado de lá. Disse aos jogadores que para a equipa do Fafe este é o jogo da vida deles, mas para nós também tem que ser porque é muito daquilo que temos tentado construir. E se usamos esta argumentação para que o chip contra o Casa Pia fosse o mesmo que foi contra o Sporting, neste caso também deve ser assim. Temos que perceber que o adversário é de valor, muito forte em casa e vem de uma série de bons resultados. Não temos de olhar para o escalão do adversário nem para o valor em si, mas as características porque são elas que vão determinar como é que nós temos que jogar, como é que temos que pressionar, como é que temos que construir. Temos um objetivo muito claro que é voltar às vitórias. Ainda está muito presente a derrota com o Nacional, na Madeira. Esta paragem não foi boa porque o que queríamos era jogar, até porque sentimos que no global foi um jogo em que estivemos bastante bem e, por isso estamos ansiosos por a jogar, conscientes das dificuldades que vamos enfrentar. Queremos muito passar esta eliminatória, porque a Taça é uma competição importante para nós".
Argumentos do Fafe: "O Fafe é uma equipa com jogadores muito experientes, um plantel com jogadores maioritariamente da II Liga, e se permitirmos que tenham bola eles vão executar com qualidade. Depois, eles não têm nada a perder, vão jogar despreocupados, sem pressão e jogar o jogo pelo jogo. Têm uma nuance tática interessante, que passa por partirem de um 3x4x3, sendo que dão muita liberdade ao central do meio e muitas vezes acabam por estar em 4x3x3. É uma equipa com valor, com jogadores experientes e muito forte nos momentos de bola parada. É isso que temos que ter presente para percebermos como temos que jogar este jogo de modo a termos sucesso, se deixar de ser a equipa que somos, uma equipa que rouba rápido a bola, de preferência perto da baliza adversária e depois, nos momentos em que tivermos bola, sermos dominadores e continuarmos este processo de crescimento que tem melhorado de jogo para jogo".
A força da mente para evitar surpresas: "A questão mental é trabalhada diariamente. Não tenho nenhum indicador que a nossa equipa possa ter uma postura de relaxamento, até porque estamos a querer construir é uma mentalidade ganhadora, que não era assim tão presente como foi até aqui, até porque temos consciência das dificuldades, e também que estamos a fazer as coisas bem feitas, mas que podem mudar. Aliás, o último jogo foi uma e queremos muito mudar isso. Estamos muito focados naquilo que é o jogo, sabemos bem o que temos que fazer, tanto do ponto de vista defensivo como ofensivo, estamos muito ligados porque também acreditamos que uma das grandes diferenças que pode haver no jogo é a intensidade, a velocidade de circulação da bola, a capacidade de reação, aquilo que nós chamamos de estarmos vivos. Por alguma razão, os jogadores do Moreirense são jogadores de I Liga e temos consciência disso".
Abstrair do jogo com o FC Porto, que vem a seguir: "Têm que conseguir até porque isso é tudo aquilo em que eu acredito e é aquilo que eles ouvem desde o primeiro dia. Não nos serve de nada encostar-nos aos 15 pontos que temos e ficar a pensar o que é que vai acontecer em maio, como aquela coisa, 'ah, a Liga Europa', não, o que interessa é o presente, é nós percebermos que para sermos a equipa que queremos ser, uma equipa que está habituada a ganhar, que interpreta cada jogo de modo a poder impor a sua identidade, não pode ser uma equipa que pense dois dias à frente. Muito menos duas semanas à frente. Tem que ser uma equipa que vai para o dia a interpretar o treino no sentido do seu próprio crescimento porque estamos conscientes que termos feito muita coisa bem feita. Mas também somos os primeiros a olhar para dentro e a perceber que temos uma margem de crescimento muito grande e essa margem de crescimento não acontece pensando demasiado no futuro, pensando demasiado em coisas que não controlamos. Como sempre, é olhar para nós, respeitando o Fafe, como eu penso que respeitámos todos os adversários até hoje, e olhando muito para nós e para a equipa que queremos ser e melhorar no que falta desta época".
Jamor no horizonte? "Como é óbvio, é um bocadinho este raciocínio, matematicamente ainda é possível sermos campeões na I Liga. Mas tem muito a ver com aquilo que eu acabei de responder, não pensamos demasiado no futuro. Isso está muito longe daquilo que nós controlamos e, portanto, aquilo que queremos é passar esta eliminatória porque até isso acontecer ainda muita água passa debaixo da ponte, como se costuma dizer".
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