"Varzim é um clube grande, com uma massa associativa de fazer inveja a muitos clubes da I Liga"
O homem forte do futebol dos poveiros assume uma mudança radical na estratégia com o objetivo de devolver o clube ao topo. Depois de experiências ao serviço do Sporting, Farense e Estrela da Amadora, Geraldes encontrou na Póvoa de Varzim "um clube grande que faz inveja a muitos outros da I Liga".
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Com um passado marcante no Sporting, André Geraldes, diretor geral do Varzim desde o início da época, é o rosto principal de "uma nova era" dos alvi-negros, e prepara-se para sentir, hoje, as emoções de um "jogo especial" no reencontro com os leões.
Com uma aposta numa profunda remodelação das instalações depois da descida à Liga 3 na época anterior, na "profissionalização" de todos setores e na contratação de uma equipa da sua confiança, composta por especialistas nas várias áreas do futebol, Geraldes assegura que essas mudanças estão sustentadas numa "mudança de mentalidade" e na criação de "uma identidade para que os jogadores absorvam o que é o Varzim e percebam quais as expetativas dos adeptos".
"Encontrei um clube grande, com uma massa associativa de fazer inveja a muitos emblemas que estão na I Liga e, a esse nível, o Varzim situa-se entre os maiores deste país", defendeu com o objetivo de mostrar que o clube "quer projetar-se para outro patamar", mesmo que tenha, para já, "dotado a equipa de bons jogadores com um orçamento muito inferior" ao dos últimos anos.
André Geraldes salientou que a Direção liderada por Edgar Pinho tem sido "muito importante" na mudança, sentindo que "as pessoas se juntaram, acreditam outra vez que o Varzim está vivo e há um movimento muito grande de associativismo" de um clube que agora "fala a uma só voz".
"Era importante todos perceberem que não se podem construir as casas pelo telhado. No Varzim estava tudo ao contrário", disse, explicando que todo o investimento será pago com "o aumento de número de sócios, campanhas de marketing, receitas publicitárias que aumentaram e pela venda de ativos, como aconteceu com o médio Zé Carlos", que foi emprestado ao Vitória de Guimarães por 300 mil euros, negócio que poderá ser bem superior caso os minhotos acionem a opção de compra. "Temos um orçamento equilibrado, mesmo com muitas limitações, contando, obviamente, com uma ligação forte à autarquia", frisou.".
Poucos amigos no Sporting
Mais de quatro anos depois de ter saído de Alvalade, André Geraldes vai reencontrar os leões, onde trabalhou entre 2013 e 2018,. "Nunca escondi o meu passado nem as minhas origens e reconheço que é um jogo especial, mas somos profissionais e temos de encarar todos os jogos da mesma maneira", afirmou quem tem "poucos amigos" no Sporting atual, considerando que "mudou muita coisa, mudaram muitas pessoas e mudaram muitas mentalidades" no reino do leão.
"Se o Sporting está melhor em relação ao seu tempo? Não é o momento certo para responder, porque não é justo criar instabilidade interna, por respeito à massa associativa".