Liga anunciou que pretende o VAR na divisão secundária. A decisão, porém, depende exclusivamente do organismo, que o teria de pagar ao Conselho de Arbitragem. Os clubes também o querem.
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Helena Pires, diretora executiva da Liga de Clubes com a tutela das competições, afirmou na segunda-feira que a introdução do VAR no escalão secundário é uma ambição do organismo, em declarações proferidas durante a conferência "Desafios Futuros do VAR", organizada pelo Sporting. "A I Liga foi uma das pioneiras na introdução da videoarbitragem, esperando que um dia também consigamos ter esta ferramenta na II Liga", disse.
O JOGO questionou a Liga quanto à possível inclusão de uma verba para implementar o VAR no orçamento de 2021/22 da competição secundária. Fonte do organismo confirmou haver "ambição no sentido de haver VAR em todas as competições profissionais", mas alertou: "Os custos continuam a ser muito elevados, sendo impossível prever quando se poderá alargar o uso da ferramenta para além da I Liga, sendo certo que a Liga tudo fará para encontrar um modelo sustentável que permita, num futuro próximo, introduzir o VAR também na II Liga".
O custo da operação de videoarbitragem na I Liga está estimada em cerca de um milhão de euros. Na segunda divisão, o custo não seria muito diferente
Entretanto, na sequência das declarações de Helena Pires, o Leixões, da II Liga, reagiu a O JOGO. Para André Castro, presidente do emblema de Matosinhos, a ferramenta já devia estar a uso no escalão secundário: "Somos claramente a favor da introdução do VAR na II Liga. É uma intenção que só peca por tardia. Tudo o que seja para valorizar o futebol, como é o caso do VAR, é benéfico".
Do mesmo comunga José Cristo, presidente do Mafra: "Seria ótimo e excelente. Mudaria, bastante, a verdade desportiva na II Liga, como melhorou na I Liga. Quanto mais verdade desportiva houver, melhor para todos".
O VAR, tutelado pelo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, foi introduzido na I Liga em 2017/18 e, desde então, a FPF tem assumido os custos de operação: cerca de um milhão de euros anuais (excetuando investimento em infraestruturas na primeira temporada), envolvendo não só os honorários de videoárbitros e assistentes de VAR, mas também os serviços prestados por operadores externos, ao nível das tecnologias e comunicações, por exemplo. Já o organismo presidido por Pedro Proença, por sua vez, apenas paga integralmente o serviço na Final Four da Taça da Liga, que organiza anualmente. Apesar de a infraestrutura já estar montada e oleada - nomeadamente o centro nevrálgico da videoarbitragem, na Cidade do Futebol -, a implementação do VAR na II Liga teria sempre um custo idêntico ao do principal campeonato.