João Rafael Koehler falou este sábado na apresentação dos “Eixos Estratégicos” para o mandato 2024-2028 da candidatura de Pinto da Costa
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O empresário João Rafael Koehler falou este sábado na apresentação do eixos estratégicos para o mandato 2024-2028 da recandidatura de Pinto da Costa à presidência do FC Porto, de cuja lista faz parte, assim como António Oliveira e Marta Massada, nomes hoje anunciados.
"Vou fazer o que se chama ler de improviso. Não é tarefa fácil preceder Pinto da Costa, que como todos sabemos, tem o dom da oratória. Mas queria, em primeiro lugar, cumprimentar todos os sócios, adeptos e a comunicação social que está nesta sala, aproveitando para lhes pedir e reconhecer que façam um trabalho isento e rigoroso. Não pedimos favores, nem beneplácitos. Pedimos só respeito. Permitam-me também que cumprimente a Marta Massada e o António, que foi no clube aquilo que um dia sempre quis ser: jogador de futebol, treinador e sócio. A única coisa que conseguir foi ser sócio, mas isso já me enche de muito orgulho. Mas a palavra que tinha principal para passar hoje não tem que ver com gratidão. Tem que ver com reconhecer a generosidade de Jorge Nuno Pinto da Costa em aceitar ser candidato, mais uma vez, à presidência do clube. Sabemos, todos os que aqui estão, que era muito mais fácil dizer que não. Mas Jorge Nuno Pinto da Costa não sabe dizer não ao clube", introduziu.
"Incumbiu-me o presidente e líder do projeto de avançar com detalhes sobre o programa de candidatura que orientou e supervisionou. Mas ia pedir-vos uma nota prévia. Ia falar um pouco, não só sobre a candidatura, mas sobre o momento que o clube atravessa. Numa fase em que alguns tudo criticam e até por vezes ficam felizes com as derrotas da equipa, nós, deste lado, não vamos preocupar-nos com críticas ou campanhas sujas. Como temos o nosso tempo limitado, não vamos viver a investigar ou a viver a vida das outras pessoas. A nossa vida basta-nos. Mas, como diz o nosso presidente, não somos anjinhos e sabemos o que aí vem. O que vamos fazer é uma campanha pela positiva, respeitando o passado e olhando para o futuro. Não podemos, como dizia António Oliveira, desperdiçar a experiência de quem teve arte e o engenho de colocar o clube a ganhar durante 40 anos. É o presidente com mais títulos no Mundo. Não é e, Portugal, é no Mundo. Fez tudo certo? Claro que não. Eu próprio já discordei. Mas com os diabos: quantos erros cada um de nós já cometeu na sua vida pessoal e dos negócios. Agora, uma coisa é certa e este é que é o grande desafio. Jorge Nuno Pinto da Costa é a pessoa mais bem colocada para fazer a transição entre presente e futuro. Quem no clube, e há muitos que querem, pretendem uma mudança, modernização, respeitando o que fomos, só pode encontrar esse espaço na candidatura de Jorge Nuno Pinto da Costa", referiu.
Koehler desvendou um pouco o véu sobre o projeto. "Sobre ao que vamos. Não é fácil, para quem está à frente de um clube há mais de 40 anos, projetar o futuro. E projetá-lo com humildade, reconhecendo que há coisas que precisam de ser mudadas. Trabalhámos cinco eixos da candidatura e estamos hoje em condições de apresentar dois deles. Porquê? Porque queremos um clube aberto, a ouvir os sócios. Continuamos a ter reuniões com sócios, com adeptos, que nos vão dando ideias e engrandecendo e enobrecendo o nosso programa. Mas há coisas que sabemos que vamos fazer. A primeira diz respeito à transparência e boa governança. Nova equipa de gestão. O presidente pediu os mais qualificados. Transparência, com a divulgação, não só, das demonstrações financeiras, ou seja, que não seja só das receitas e das despesas, mas também das dívidas e dos investimentos. Vamos ser muito detalhados. Mas mais do que isso, muita transparência. Um comité de auditoria independente e muito alargado, com personalidades não só afetas à nossa lista, mas a todas as sensibilidades do clube. Queremos um clube mais aberto", disse.
"Sustentabilidade e crescimento. Muito se tem tem falado sobre a dívida. Eu, que sou daqueles que acredita nas contas certas, sou dos que pensam que não podemos falar de divida e custos sem falarmos em aumentar receitas. Queremos e vamos, no prazo de dois anos, estabilizar a situação financeira do clube. Vamos refinanciar o passivo através de um instrumento financeiro de 250 M€. Vai permitir-nos reduzir o serviço de dívida, controlar a dívida de curto prazo e manter o clube competitivo para continuar a ganhar, como tem ganho. Dizia-me um amigo que o FC Porto não se resume a um estrato bancário. A grandiosidade do clube não depende de um extrato bancário. Quando olho para essa Europa fora e para um Barcelona, que tem 3 mil milhões de dívida e continua a investir na modernização do clube, no estádio e na equipa, leva-nos a acreditar que só temos um caminho: temos de aumentar as nossas receitar. E temos um plano ambicioso. Em primeiro lugar, vamos queremos internacionalizar ainda mais o clube e a sua marca. Vamos querer academias noutras geografias. Vamos ter presença direta noutras ligas. Vamos querer monetizar o estádio cheio. Dizemos muitas vezes que o lugar mais caro no Estádio do Dragão é o que está vazio. Queremos o estádio cheio. Queremos ampliar o número de adeptos, crescer no merchandising, no e-comerce. Mas queremos também aproveitar esta grande comunidade que é a do FC Porto, que são os sócios, os adeptos, os simpatizantes, e criar um banco digital. Queremos aceder a mais dinheiro, mas também prestar um melhor serviço a sócios e adeptos. Muito se tem falado sobre o controlo de custo. Para terminar, queria dizer que acreditamos que o exemplo tem de vir de cima. O presidente deu a instrução, que todos acompanhámos, que vamos reduzir em 20% os custos totais do clube. Vamos reestruturar empresas, mas mais do que isso, temos de dar o exemplo. Prémios para administradores não vão haver, redução de ordenados, regalias, controlo de custos. Temos de dar o exemplo. Outros eixos da candidatura serão apresentados, sendo que para nós é muito importante colocar o sócio, o adepto, no centro do clube. A experiência do adepto no clube e no estádio é para nós muito importante. Queremos fazer isto tudo no espaço de dois anos e estamos absolutamente convencidos de que muito rapidamente podemos duplicar as receitas e disputar o campeonato e a Liga dos Campeões em condições mais fortes do que estamos a fazer hoje. Sabemos que são ideias arrojadas e ambiciosas, mas como alguém dizia um dia, se custa tanto sonhar alto como sonhar pequeno, vamos sonhar alto", rematou.