Hossein Abdi, técnico que ajudou a encontrar Alipour, abrindo-lhe portas do Persepolis, esperançado em muitos mais momentos felizes do iraniano em Barcelos, após mais de um ano de espera e uma penosa recuperação por um regresso à sua matriz goleadora
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Marcado pelo azar e por uma prolongada paragem por lesão, Alipour reencontrou a sua estrela em Barcelos, onde se ficou por um registo de quatro golos antes de parar. Mais de um ano esperou por um sabor reconfortante, tanto para si como para a equipa, pronto novamente para iluminar expetativas na Europa e num regresso à seleção do Irão. O golo frente ao Estoril, acompanhado de importante vitória fora, após entradas intermitentes na equipa, pode marcar decididamente a compra de outros sorrisos.
Na sua quarta época em Portugal, Alipour segue empenhado em ir atrás do rendimento exibido no Marítimo, onde apontou oito golos em 2021/22. O iraniano é, a partir de agora, um reforço em potência para este Gil Vicente. Quem recorda a viagem ascendente deste avançado é Hossein Abdi, que acompanhou de perto o processo do seu recrutamento pelo Persepolis ao Rah Ahan.
"Eu era assistente e tivemos de contratar jogadores para uma renovação. Tivemos de escolher, ele veio muito jovem com 19 anos. Era um talento importante e revelou-se uma grande decisão trazê-lo. Dos juniores subiu logo à primeira equipa, respondeu bem com agressividade e velocidade", demonstra, recordando o crescimento do atacante, 61 golos entre 2017 e 2020, embalando para um contrato na Europa, quando Portugal se inspirava no sucesso da chegada de Taremi. "Atingiu todos os objetivos que tinha no Irão, era fixo na sua equipa e disputava as grandes provas da Ásia. Deu o seu melhor, progrediu e percebeu que poderia causar furor também na Europa. Tomou uma excelente decisão", explica, atento ao calvário recente.
"As lesões fazem parte da nossa vida, ele tem de lidar. Soube que já está a dar o seu melhor e a jogar. Agora a marcar. Gradualmente vai recuperar a sua força e rendimento, não tem mais que olhar para trás, só lhe resta trabalhar para voltar a ser influente", avalia, otimista nas diferentes frentes do avançado. "Pode perfeitamente voltar à seleção, porque é um dos nossos bons avançados fora do país. Temos hoje muitos grandes jogadores espalhados pelo mundo, vemos futuro à seleção e ele encaixa nesse perfil", regista Hossein Abdi, destacando atributos que apressaram apetite europeu.
"Ele diferenciava-se no aspeto físico e numa grande mentalidade para competir e ir em frente. Mais a velocidade e a resistência. E tinha algo importante, confiança antes e no decurso do jogo. Há muitos que mudam a mentalidade a meio de um jogo em função do resultado. Ele marcava a qualquer momento, estava sempre focado. É algo fundamental para vingar na Europa", realça.