V. Guimarães e a presença de público na última jornada da Liga NOS: "Adeptos não são cobaias"
Emblema minhoto reagiu ao anúncio de Liga de clubes e FPF, levantando algumas questões sobre a decisão e fazendo referência à festa do Sporting.
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O Vitória de Guimarães reagiu esta quinta-feira ao anúncio da Liga de clubes e da Federação Portuguesa de Portugal, sobre a presença de público nos estádios nos jogos da última jornada da Liga NOS.
"A Liga Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol, em sintonia com as autoridades de saúde e com o Governo, anunciaram o tão aguardado regresso do público aos estádios da Liga NOS. É uma notícia que se saúda e que abre perspetivas muito importantes para os clubes e para o desporto", começa por ler-se no comunicado.
No entanto, o emblema minhoto levanta algumas questões sobre a decisão e faz referência à festa do Sporting.
"Não obstante o registo da importância deste momento para a retoma de uma parte da atividade económica dos clubes, há questões que o Vitória não pode deixar de elencar e que não parecem ter sido devidamente acauteladas, levantando legítimas questões sobre o sentido de oportunidade desta abertura e sobre os reais efeitos pretendidos com a mesma. Não é despiciendo, desde logo, que este anúncio surja horas depois de se verificar, em Portugal, a maior e mais desregrada concentração popular desde março de 2020", escreve o Vitória.
"Mas importa, acima de tudo, questionar se uma medida que permite a presença de adeptos de 8 dos 18 clubes competidores na Liga NOS não acarreta, e mais ainda na jornada que é decisiva para a classificação final, uma eventual desvirtuação da verdade desportiva, constituindo uma vantagem competitiva para os clubes que, em prejuízos dos restantes, vão contar com um fator de vantagem adicional no momento definitivo do campeonato, como de resto já aconteceu, no passado, com um dos competidores da Liga NOS. Não se afigurando plausível que as entidades desportivas não tenham previsto uma questão tão determinante quanto esta, torna-se no mínimo lícito que se interrogue se esta inesperada reabertura - que aliás vai em sentido contrário ao que já tinha sido expressamente determinado pelo Primeiro-Ministro - se enquadra não como um prémio e um reconhecimento para com os clubes e os adeptos do futebol em Portugal, mas antes como um teste para viabilizar a presença de público na final da Liga dos Campeões, como é da vontade da UEFA e de todas as entidades co-organizadoras desse importante e prestigiante evento, ou até na final da Taça de Portugal", lê-se ainda.
No final, o Vitória de Guimarães aproveita para salientar o facto de os seus adeptos não poderem fazer parte desta experiência.
"Por se encontrarem a cumprir suspensão de um castigo do qual recorreu, o Vitória Sport Clube e os seus adeptos não serão cobaias da experiência, ainda que façam votos de que ela corra da melhor forma, sem prejuízo da verdade desportiva e com reais benefícios para que num futuro próximo se possa verificar um regresso efetivo dos adeptos, em números mais condizentes com a procura que é característica da nossa cidade e do nosso estádio e que de forma alguma o Vitória conseguirá satisfazer com a lotação reduzida a 10 por cento da capacidade do D. Afonso Henriques", conclui-se.