V. Guimarães condena "uso excessivo de força" da PSP sobre adeptos e pede esclarecimento
Polícia de Segurança Pública levantou vários autos, este domingo, a adeptos vimaranenses que estavam nas imediações do estádio antes do dérbi com o Braga
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O V. Guimarães condenou, esta segunda-feira, a atuação da Polícia de Segurança Pública pelo "uso excessivo de força" sobre os adeptos vitorianos que estavam nas imediações do Estádio D. Afonso Henriques, antes do jogo com o Braga, no domingo, e pediu explicações à força policial.
Insatisfeito pelo sucedido, o "Vitória Sport Clube (...) solicitou os relatórios da operação à PSP, reclamando ações concretas que concluam sobre a atuação verificada e que esclareçam sobre um uso excessivo de força perante os adeptos do nosso Clube", pode ler-se no comunicado.
Este domingo, a PSP levantou vários autos porque "alguns grupos de adeptos não observavam as regras de distanciamento social, juntando-se em grupos de dimensão superior a cinco pessoas". Além disso, o corpo de segurança também interveio "no sentido de impedir a prática" de deflagração de artigos pirotécnicos.
Na mesma nota oficial, o V. Guimarães expressou "o seu profundo incómodo perante a desproporcionalidade da ação das forças de segurança" com "cargas motivadas por "cânticos de apoio" e "tochas deflagradas"", num fim de semana, argumentou o clube, "marcado (...) por generalizados relatos mediáticos de "facilitismo sanitário", aludindo ao número de espectadores no Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1, decorrido no último fim de semana, em Portimão.
"A violência desproporcionada é, por si só, um lamentável abuso da autoridade, mas num tempo tão sensível como que enfrentamos é especialmente crítico que se transmitam mensagens tão díspares e se pratiquem critérios tão diferenciados, permitindo-se que vingue a ideia de que há normas para uns e normas para outros", lê-se também no comunicado.
O V. Guimarães criticou ainda a "diferenciação negativa de que o futebol tem sido alvo", queixou-se de um "estigma particular sobre os adeptos do Vitória Sport Clube", indicou episódios de "pequenos ajuntamentos que adeptos de outros clubes" e lançou um alerta.
"É inaceitável, assim sendo, que o uso da força se torne discricionário, como inaceitável será o silêncio daqueles a quem cabe garantir que jamais, mesmo em tempos extraordinários, nos confrontemos com uma suspensão constitucional e a instauração de um estado policial", completou o V. Guimarães.
Leia o comunicado vimaranense na íntegra:
"Intervenção policial desproporcionada
Tendo recolhido e analisado elementos relativos à atuação policial nas imediações do Estádio D. Afonso Henriques, antes do encontro deste domingo, o Vitória Sport Clube manifesta o seu profundo incómodo perante a desproporcionalidade da ação das forças de segurança e, como tal, solicitou os relatórios da operação à PSP, reclamando ações concretas que concluam sobre a atuação verificada e que esclareçam sobre um uso excessivo de força perante os adeptos do nosso Clube.
Num fim-de-semana marcado pela presença massiva de público num grande evento desportivo acolhido por Portugal e pelas naturais concentrações que aí se notaram, até com generalizados relatos mediáticos de "facilitismo sanitário", não é possível que o País tolere cargas motivadas "por cânticos de apoio" e "tochas deflagradas", conforme se lê na Imprensa desta segunda-feira. A violência desproporcionada é, por si só, um lamentável abuso de autoridade, mas num tempo tão sensível como o que enfrentamos é especialmente crítico que se transmitam mensagens tão díspares e se pratiquem critérios tão diferenciados, permitindo-se que vingue a ideia de que há normas para uns e normas para outros.
À diferenciação negativa de que o futebol tem sido alvo, já de si tão penalizadora, não pode acrescentar-se um estigma particular sobre os adeptos do Vitória Sport Clube, como se o País não tivesse assistido, ao longo dos últimos meses, a pequenos ajuntamentos de adeptos de outros clubes. É inaceitável, assim sendo, que o uso da força se torne discricionário, como inaceitável será o silêncio daqueles a quem cabe garantir que jamais, mesmo em tempos extraordinários, nos confrontemos com uma suspensão constitucional e a instauração de um estado policial."