ENTREVISTA >> Em entrevista exclusiva, o médio Uribe explica a quarta vitória seguida em clássicos com o Benfica com o facto de todos saberem o que é estar no FC Porto
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Pouco tempo depois de ter celebrado a conquista do terceiro troféu pelo FC Porto, Uribe esteve à conversa com O JOGO no relvado do Municipal de Aveiro, no mesmo local onde ajudou a levantar a Supertaça. Ainda com os resquícios da festa espalhados pelo chão, o colombiano passou em revista o ano, sublinhou a justiça da vitória sobre o Benfica, a luta pelo campeonato, mas também os grandes momentos que atravessam Sérgio Oliveira, seu companheiro de setor, e o compatriota Luis Díaz.
Ainda falta um jogo com o V. Guimarães, mas conquistar a Supertaça foi a melhor forma de acabar o ano?
-Queríamos estar numa posição melhor no campeonato, mas este troféu é muito gratificante. Ganhar este tipo de jogos, uma final, uma taça mais para o FC Porto, que está acostumado a isto, é gratificante para o clube, para a equipa técnica e para nós, jogadores.
"Triunfo importantíssimo na parte anímica e para confirmar que temos equipa para nos bater contra os grandes rivais"
Foi para isto que se mudou para o FC Porto há um ano e meio?
-Sim. Sabia da responsabilidade que ia ter. Vinha para uma equipa ganhadora, para um clube que luta em todas as competições para ganhar. Vim para cá para isso, para ajudar e passo a passo vamos conseguindo os nossos objetivos.
Onde esteve a diferença para o Benfica?
-No trabalho da equipa. O FC Porto mostrou sempre nestes jogos a superioridade que tem e venceu. Quando foi preciso atacar fê-lo com muita objetividade, quando tocou defender também o fez muito bem. Mostrou uma vez mais o seu valor, venceu um jogo muito importante e conquistou um título.
Foi uma vitória justa, portanto?
-Sim, sem qualquer dúvida.
A estratégia passou pela luta no meio-campo?
-É verdade. Eles têm bons jogadores no meio-campo e em alguns momentos conseguiram tornar as coisas complicadas para nós, mas soubemos contrariar isso. Fomos capazes de lhes roubar a bola no meio-campo e, quando isso aconteceu, criámos perigo.
A atual posição no campeonato leva o colombiano a não considerar 2020 como um ano perfeito a nível desportivo. Pessoalmente, sente-se bem e importante no equilíbrio que dá à equipa no meio-campo
Foi a quarta vitória seguida em clássicos com o Benfica. Que significado atribuiu a esse número?
-Que estamos a fazer bem o nosso trabalho. Que entendemos a metodologia e o que significa estar no FC Porto e jogar com esta camisola. Demonstrámos isso nesses jogos, ainda que haja sempre um ou outro em que as coisas não saem tão bem, da forma como esperamos. Mas é normal isso acontecer no futebol. A equipa tem sempre a cabeça bem alta, trabalha com disciplina e atitude. Nestes jogos demonstrámos o nosso trabalho e conseguimos este título. Temos demonstrado a nossa superioridade, já levamos uma boa quantidade de jogos a ganhar ao Benfica que é o nosso grande rival, mas isso só prova o grande trabalho que o grupo tem vindo a fazer, com humildade, responsabilidade e união.
Vitórias em clássicos, uma Champions de grande nível, esta é uma equipa virada para jogos grandes?
-Não pensamos como é que os nossos adversários se preparam para nos defrontar, mas sim em como nos devemos preparar para enfrentar este tipo de jogos, não só o Benfica e o Sporting. É verdade que esta primeira fase da Champions foi muito boa, contra grandes rivais, mas ainda não ganhámos nada. Passámos uma fase que era importante, mas ainda temos muito para mostrar e para ganhar.
Que peso tem esta Supertaça no resto da época, nomeadamente no campeonato?
-É importantíssima na parte anímica e para confirmar que temos equipa para nos bater contra os grandes rivais. Para saber que quando estamos focados e cada um cumpre as suas tarefas em campo, respeitando o plano do míster, os resultados aparecem. Por vezes, podemos não jogar conforme o esperado, mas se respeitarmos o plano, em algum momento o resultado vai aparecer.