União processa concorrentes: "Um jogador acorda maldisposto, decide rescindir e rescinde"
Leixões, Gil Vicente, Nacional, os brasileiros do Grémio Anápolis e os jogadores Tony Silva, Gonçalo Abreu e Marakis foram processados pelo U. Madeira, que exige 100 mil euros de indemnização.
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O União apresentou, no Tribunal Judicial da Madeira, um processo dirigido ao Juízo do Trabalho do Funchal em que exige ser ressarcido, no mínimo, em cem mil euros por diversas pessoas individuais e coletivas. O processo envolve Marakis, Tony Silva e Gonçalo Abreu, jogadores que rescindiram unilateralmente com o clube em janeiro passado, alegando ordenados em atraso; os três clubes que os contrataram (Nacional, Leixões e Gil Vicente); e o Grémio Anápolis, que detém os direitos desportivos de Tony Silva.
O presidente unionista, Filipe Silva, explicou a O JOGO que em momento algum existiram condições para que os jogadores rescindissem com justa causa e considerou "vergonhosa" a "legislação que a Assembleia da República aprovou em julho de 2017 com a conivência do Sindicato dos Jogadores". "A FIFA diz que, no futebol, tem de haver estabilidade contratual. Em Portugal, a lei 54/2017 permite aos jogadores rescindirem sem justa causa", expôs, completando o raciocínio com ironia: "Um jogador acorda maldisposto, decide rescindir e rescinde." O dirigente defendeu que a forma como a lei está redigida vai fazer aumentar a "conflitualidade entre os clubes", já que "na lei anterior um jogador não podia rescindir se não houvesse ordenados em atraso. E no União não houve 60 dias de ordenados em atraso." Por fim esclareceu que o União pediu uma indemnização aos jogadores "no valor dos contratos", cerca de 54 mil euros, mas também dos danos causados por estes processos. "Por causa disto, perdemos patrocínios, perdemos jogadores que ficaram alarmados, e os clubes que os contrataram são devedores solidários", sustentou .