Zé Paulo, treinador do União de Lamas, estreante no comando sénior, vai preparando bases para o futuro, tendo tudo bem encaminhado para seguir em funções
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Com o vigor dos adeptos, ânimo sempre efervescente nas bancadas, o União de Lamas vai lutando pela busca de um encanto maior, mesmo que já arredado da meta da subida à Liga 3, apanhando essa prova de pesos-pesados no Campeonato de Portugal com Leça, Salgueiros e Marco. Os lamacenses, que contam com comando de Zé Paulo, surgem logo a seguir. O antigo médio, grande figura de um Fiães que disputou vários anos a 2ªB [atual Liga 3], estreou-se como comandante, assumindo o lugar que ficou vago com a partida de André Ribeiro para a Arábia Saudita. O convite foi irrecusável.
"Há alguns clubes que pelo seu passado, pela história e envolvência social são sempre apelativos e entusiasmantes na perspetiva do fervor futebolístico dos seus adeptos. O União de Lamas é um desses casos, que cativa e apaixona", admite, explicando os contornos da chamada. "Conheciam o meu trabalho e isso fez nascer a oportunidade. Apesar do salto de funções no desenrolar da época, estive por dentro do processo desde o início", vinca, doseando os pensamentos daqueles que ainda se enamoraram com uma subida.
"O nosso objetivo nunca passou pela disputa da subida, se bem que, fruto da boa época que estamos a realizar, em determinados momentos se possa ter criado a expectativa de que isso era algo que poderia ser tido em conta ou alcançável", regista, reconhecendo. "Não nos conseguimos superar e fazer disso uma realidade. Estamos muito satisfeitos com o que foi desenvolvido, porque tal nunca foi objetivo", precisa Zé Paulo, de 44 anos, aceitando as comparações com o projeto vitorioso do Lourosa.
"O Lamas vive de uma massa adepta apaixonada e exigente e, nesse capítulo, há paralelismos, mas a nossa realidade em termos organizacionais, financeiros e desportivos é diferente. Queremos a curto prazo dotar o clube de outro tipo de organização e até de infraestruturas para dar passos em frente", partilha, traçando cenários de crescimento, até porque tem pensamentos já alinhados com a Direção com vista a 2025/26. "Era importante o aparecimento de mais investimento, possivelmente externo. É algo que os sócios terão de se manifestar e dizer qual o caminho que querem seguir. Mas o Lamas não fica em nada a dever ao rival, em apoio", afirma o jovem treinador, carregando na mensagem para a curva final do Campeonato.
"Vamos tentar consolidar o clube nos primeiros lugares, criar uma cultura de competitividade, rigor, ambição, fazendo ligação e abrindo espaço a atletas da formação para que transportem e transmitam no futuro a quem vem de fora a paixão por este símbolo", sublinha Zé Paulo, ainda comedido nas expectativas, após a primeira experiência como homem do leme a nível sénior. "Em termos pessoais e de carreira, estou a iniciar um processo mas com um saber acumulado de uma vida ligada ao futebol enquanto atleta, adjunto e também com o conhecimento que a minha formação académica me deu", expressa o técnico, formado em Educação Física
"Apenas penso no União de Lamas, em poder acrescentar algo ao clube e atingir os objetivos que me são propostos. Se for bom para o clube, será necessariamente bom para mim também. Vou fazer o curso UEFA A, o que me permitirá crescer enquanto profissional", remata.