Uma viagem às origens de Jota Silva: "Ficava chateado se fizesse qualquer coisa menos bem"
Jota Silva, que assinou até 2025, começou a jogar nos infantis do Sousense, onde foi orientado por Bertinho e Cesário Ferreira, que acreditam no êxito neste grande desafio. O JOGO viajou até às origens futebolísticas do extremo, de 22 anos, no Sousense. Começou como lateral e depois dos juvenis passou para ponta-de-lança por ser "muito forte no jogo aéreo".
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Jota Silva, extremo que no início deste mês assinou um contrato com o V. Guimarães válido até 2025, começou a carreira nos infantis do Sousense. Natural de Melres (Gondomar), jogava na rua e pela mão do pai, Manuel Silva, que trabalha nas Águas de Gondomar com os então treinadores dos infantis, foi experimentar e, recorda Bertinho, o técnico principal, "gostou daquilo e ficou".
"Era um miúdo irreverente, tinha uma atitude que não era normal naquela idade. Por vezes, os colegas entravam na brincadeira durante o treino, mas o Jota levava tudo muito a sério, fosse parte física ou técnica. Qualquer coisa que fizesse menos bem ficava chateado com ele próprio", conta a O JOGO o treinador de 54 anos que o orientou entre 2010 e 2015, dos infantis até ao primeiro ano de juvenis.
Uma das facetas do reforço do Vitória era adaptar-se facilmente a qualquer posição. "Tinha um atitude muito competitiva nos treinos, tudo o que lhe pedíamos aprendia com facilidade. Começou a lateral-direito, jogou a lateral-esquerdo, e a partir do segundo ano de juvenis passou a ser ponta-de-lança porque é muito forte no jogo aéreo", recorda o técnico.
Bertinho não tem dúvidas que depois de brilhar na II Liga, o extremo de 22 anos terá condições para ter êxito num desafio de grande exigência. "Conhecendo-o bem desde miúdo, tem capacidades mais do que suficientes, a nível mental e técnico, para singrar no Vitória. Já quando era nosso jogador desejava atingir o patamar da I Liga e chegar à Seleção Nacional. Acredito, sinceramente, que vai concretizar esse sonho."
Cesário Ferreira, que era adjunto de Bertinho e diretor do Sousense, lembra que Jota Silva sabia o que queria desde muito novo. "Reunimos os miúdos no balneário e perguntámos o que pretendiam para o futuro; na altura, só o Jota é que disse que queria ser jogador profissional. Nunca me enganou... sempre o incentivámos para continuar a trabalhar e o resultado está á vista", ilustra, referindo que sempre foi um atleta cumpridor.
"Dependia do pai para ir aos treinos, e se chegasse um bocadinho em cima da hora era um grande problema para ele, já se sentia incomodado. Era um exemplo para os outros, sempre mostrou atitude e qualidade", sublinha.