Sandro Mendes nota que o médio Dani Silva confirmou o destaque de 2022/23 e recorda que jogava a "dez" na formação do V. Setúbal.
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Dani Silva estreou-se na equipa principal em maio de 2022 e, na época passada, com Moreno Teixeira, que o orientara nos bês, assumiu um papel de destaque.
O médio fez 39 jogos, um golo (no Bessa) e foi o nono mais utilizado do plantel. Pelo que se viu na Eslovénia, contra o NK Celje, no primeiro jogo oficial do Vitória esta temporada, o jogador que o Vitória de Guimarães contratou, em 2018, ao Vitória de Setúbal, quando ainda era júnior, promete voltar a destacar-se nos vimaranenses.
"Tem condições para ser um grande jogador durante muitos anos, a nível nacional e internacional. Tem qualidade para chegar a um clube de outra dimensão maior do que o Vitória, que já é um grande, e para chegar à Seleção Nacional", defende Sandro Mendes, que o orientou nos sub-17 e nos sub-19 do clube sadino.
No primeiro ano em que foi treinado por Sandro, nos juvenis, "era médio ofensivo" e, na primeira época de júnior, "era médio interior." "Fico um bocado surpreendido ao vê-lo a jogar tão recuado. Melhorou bastante na agressividade, na raça, na competitividade. Tecnicamente, era muito forte, mas, defensivamente, não. E era o que lhe dizia: não chega só ter qualidade com bola", conta.
Sandro Mendes diz mesmo que "não era preciso ser um entendido no futebol" para perceber a qualidade do jogador, que em março renovou até 2027 e ficou com uma cláusula de rescisão de 30 milhões de euros. "A relação dele com bola sempre foi muito boa, mas não era um jogador competitivo. Não conseguia reagir à perda, não metia intensidade no jogo, limitava-se a tratar bem a bola e jogava muito bem quando a tinha no pé", recorda.
O treinador, elogiado por Dani pela forma como o ajudou a evoluir, conta a O JOGO que procurou transmitir-lhe "um bocadinho de nervo." "Era o que lhe faltava. A exigência no treino era sempre maior com ele, às vezes, até me tornava chato nas "duras" que lhe dava, por querer que ele cumprisse determinados aspetos, como a reação à perda ou meter o pé. Ele ia, mas não ia, era aquele jogador à moda antiga, faz de conta que vai, mas não vai. E foi um bocadinho difícil ele começar a aceitar", lembra, sobre esses reparos. "Melhorou quando acreditou no trabalho que se fazia e, com a qualidade que tinha, começou a fazer uma diferença ainda maior em relação aos colegas e às outras equipas, principalmente nos jogos com os mais fortes, como Benfica, FC Porto ou Sporting", remata.
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