Ronaldo Rodrigues, pai de Diego Rodrigues, que fez estreia na Luz contra o Benfica, na vitória do Braga por 2-1, não escondeu a felicidade
Corpo do artigo
A grande exibição de Diego Rodrigues na Luz, mais um jovem lançado por Carlos Carvalhal em Braga, contando com a anterior passagem, deixou o universo arsenalista fascinado com mais um diamante forjado na Cidade Desportiva. O jovem, de 19 anos, figura em destaque na equipa B, atuando regularmente na Liga 3, foi envolvido na deslocação à Luz, as expectativas foram crescendo hora a hora, celebrando a estreia absoluta na primeira equipa dos minhotos com uma vitória que fica agrafada à memória.
A satisfação foi maior em Briteiros, concelho de Guimarães, freguesia próxima das Caldas das Taipas, onde o sucesso de Diego foi assinalado com euforia e uma receção tardia ao novo herói de uma família com genes futebolísticos, pois o pai, Ronaldo Rodrigues, saiu da Bélgica como jogador da 1ª Divisão no Waregem, para atuar em Portugal, conseguindo mostrar-se na Liga 2 em clubes como Felgueiras e Portimonense, passando pelo Taipas mais tarde, chegando aos 20 anos com créditos de internacional belga pelas seleções jovens, mais de 40 jogos entre os sub-13 e os sub-18. O filho já ataca outros voos.
"Foi tudo muito rápido, não estávamos à espera. Ele já tinha ficado feliz de ser convocado, ficou ainda mais feliz de ir ao banco, porque dois foram para a bancada. Quando soube que ia entrar ao intervalo, ele nem sabe descrever o que sentiu. Eu fiquei preocupado pelas circunstâncias, pensei que o meu menino ia sofrer com aquele ambiente, a reação. Mas ele entrou cheio de confiança, tudo correu lindamente. Orgulhoso do que fez, da sua personalidade, caráter e frieza, pois nada ligou às bancadas", destaca o pai de Diego, desfiando as caravteristicas marcantes do jovem candidato a craque. "É muito calmo, humilde e muito sério. Ele já se mostrara na primeira equipa do Braga na primeira semana da pré-época. Entretanto arrancou um percurso muito bom na equipa B, tem sido um dos mais utilizados e cresceu muito numa liga muito competitiva que prepara bem os atletas. Um jovem que tem qualidade e aguenta aquele andamento, vai sentir as coisas mais fáceis a nível mais alto, porque a bola anda mais na Liga, na Liga 3 é mais contacto", avisa, ciente que Carvalhal já preparava esta surpresa.
"Já tinha falado com ele que o gostava de ver mais, mas não teve muitas possibilidades pelas idas a estágios das seleções. Agora estou-lhe muito agradecido, foi preciso coragem, pois se não corresse bem com as outras opções que tinha, não ia ser fácil", evidencia Ronaldo Rodrigues, apreciando com mais detalhe a imagem do Diego que se viu na Luz. "Ele não é de rasgos individuais, é de por a equipa a jogar, é bom de bola, tem visão e qualidade de passe com os dois pés. É um organizador que pensa e decide os momentos. Perto do fim há um lance em que decide segurar a bola, quando tinha linhas de passe. Mostrou maturidade ao entrar na Luz sem um único minuto feito antes", vinca Ronaldo, destapando o véu sobre a origem do talento do médio que acabou de ganhar relevância nas escolhas do Braga, até já para a Taça da Liga. "Eu também era médio e acho que, no fundo, ele é parecido comigo no que são as principais caraterísticas, no que toca a passe e estratégia, mas desenvolveu-as muito melhor. Espero que seja dez vezes melhor. Eu fui jogador na 1ª Divisão da Bélgica, no Waregem, tive 43 internacionalizações pelas seleções jovens, mas com 20 anos vim para Portugal, o meu pai era português, passei por Lousada, depois Felgueiras e Portimonense", relembra o progenitor, expondo ainda as razões que levaram Diego Rodrigues a mudar-se com 15 anos de Guimarães para Braga, numa troca entre rivais. "Nessa altura todos os clubes o queriam, mas o Vitória olhava para ele como mais um, preferiam, então, privilegiar os de fora, os dispensados dos grandes. Quando não se dá o melhor valor à prata da casa está tudo errado e senti pouco interesse em que o valorizassem. Como 'santos da casa não fazem milagres' optei pelo Braga por ser aqui perto e por ele ter todas as condições de crescimento. Não me arrependo um bocadinho, porque o Braga já não deve nada em termos de formação aos outros clubes", explica.
Ronaldo Rodrigues ainda não caiu em si com o protagonismo de Diego na Luz, naqueles 45 minutos em que olhou nos olhos jogadores de elevada envergadura e currículo. Com nada se atemorizou e tudo conquistou, gerando um impacto positivo incalculável. Um ídolo como Moutinho até ficou no banco a apreciar. "Foi um grande passo mas tem muito caminho pela frente. Confio que vai aparecer mais vezes. Quanto ao Moutinho é um jogador que eu adoro, o nosso maior internacional a seguir ao Cristiano. Para o Diego ter um jogador dessa qualidade ao lado é fantástico, pois pode aprender e falar com ele."