"Uma classificação, ou um número, é muito pouco para aquilo que o Vitória é"

Pepa, novo treinador do V. Guimarães
Miguel Pereira/Global Imagens
Pepa defende uma reflexão interna para estimular a ambição, sem alinhar em comparações com o rendimento do vizinho e rival Braga. "É redutor", justificou.
Pepa esteve na noite de segunda-feira no programa "Futebol Total", do canal 11, não escondeu a ambição de conquistar títulos no V. Guimarães e também a "ansiedade para começar a trabalhar diariamente com os jogadores".
Sem esconder o desejo de chegar aos troféus neste novo projeto, sublinhou também que o desempenho de um treinador não se devia resumir a isso. E até deu exemplos. "O Petit fez um trabalho extraordinário no Belenenses, teve de potenciar e rentabilizar jogadores da equipa B, porque tinha um onze espremido; o treinador do Tondela, que nunca tinha treinado em Portugal, também fez um grande trabalho. Nós é que temos a tendência de olhar só para quem é campeão ou atinge algo muito grande. Todos queremos ganhar, eu quero ganhar tudo no Vitória, dentro do que é normal; quero títulos no Vitória", assumiu, acrescentando que é preciso "ter noção de que podem estar 18 Mourinhos e 18 Guardiolas, mas há dois que descem de divisão e só um é campeão". Não parou nos exemplos: "E o trabalho do Arouca e do Vizela, que fizeram qualquer coisa de extraordinário?", questionou.
Sobre os objetivos para a próxima época, vincou que "a exigência é enorme" e indicou prioridades: "Mais do que colocar objetivos, o compromisso vai ser assumido primeiro no balneário, porque são os jogadores que vão lá para dentro. A minha preocupação é estar com o grupo olhos nos olhos. Estou ansioso por começar a trabalhar diariamente com os jogadores. Olhar para fora não vale a pena, acho muito redutor estarmos a comparar-nos com a outra equipa do Minho. Aliás, há muitas equipas no Minho, há seis, Temos de olhar, acima de tudo, para dentro, para aquilo que podemos fazer e aquilo que controlamos", defendeu, desviando-se da rivalidade com o Braga e deixando claro que não necessita que lhe lembrem a dimensão do clube pelo qual assinou por três épocas. "Há coisas que não vale a pena dizerem-me. Mesmo que não me peçam, quero mais e melhor. Não é preciso que me digam assim: nós queremos ficar em determinado lugar. Não é preciso. Uma classificação, ou um número, é muito pouco para aquilo que o Vitória é. Mais do que estar a dizer um quinto, um quarto ou um terceiro, há que deixar tudo e todos orgulhosos do que vamos fazer dentro do campo; ficarem apaixonados... o resto vai surgir com naturalidade", prometeu, não fazendo grandes revelações na resposta a uma pergunta de um adepto sobre os pontos fortes e fracos do plantel. "Estão a ser identificados, e é para ser analisado dentro da estrutura", argumentou.
