Portistas estiveram duas vezes em vantagem e até podiam ter ganho no último suspiro. Puseram um pé fora da crise, mas têm erros a corrigir, como o de Pepê. Na primeira vez em que não perderam em casa do Anderlecht, dragões podem lamentar... não terem ganho. Houve erros individuais e incapacidade para segurar vantagens.
Corpo do artigo
Pode um empate ser considerado um resultado curto quando conseguido num estádio onde, em quatro deslocações anteriores, o FC Porto tinha perdido sempre e diante daquela que era, antes deste encontro, uma das melhores equipas, quinta classificada, da Liga Europa? A resposta é sim, mesmo tendo em conta o momento particularmente difícil para os portistas, vindos de uma série pouco vista de três derrotas seguidas e a precisarem de pontuar nesta competição para respirar mais à vontade e se manterem em lugares de play-off.
Apesar do registo histórico de ter saído do Constant Vanden Stock com uma igualdade que satisfaz a fasquia mínima da matemática, objetivamente o que fica desta partida é a ideia de o triunfo ter escorregado por entre os dedos de uma equipa ainda intranquila e a cometer pecados que ficam a meio caminho entre a inexperiência e um certo desleixo. Como a bola perdida por Pepê, que se entreteve em frente à própria grande área, acabando por dar origem ao 1-1 e a trazer de volta fantasmas que os dragões pareciam ter afastado com um primeiro tempo competente e que terminaram em vantagem no marcador. Mas que até começou mal, com um golo sofrido no primeiro minuto mas (bem) invalidado com ajuda do VAR, por fora de jogo do autor, Dolberg. Com Edozie qual seta pela esquerda do ataque do Anderlecht, os belgas teriam novo ataque perigoso, com remate do inglês, aos 13 minutos. E aí terminou a intensa pressão inicial dos donos da casa, que os portistas foram sacudindo aos poucos, fruto de acertos nas marcações e nuances táticas como o triângulo do meio-campo com Varela no vértice recuado e Eustáquio e Nico mais adiantados e a anularem os arquitetos do ataque belga, Dendoncker e Rits. A defender em 4x1x4x1, com Pepê a fechar à direita e Samu na frente, o FC Porto foi crescendo na partida e começando a chegar à área contrária, até que aos 20’, num canto, Moura sofre a falta que (graças ao VAR) Galeno converteu no 0-1. A vantagem portuguesa manteve-se até ao intervalo, depois de Pepê ter desperdiçado uma boa chance para a duplicar - como se sabe, nem foi o maior pecado dele! - e de Diogo Costa ter feito um par de defesas seguras.