Tiago Oliveira, do Salgueiros, tem 16 anos e todo um futuro pela frente que Vítor Correia, 48 anos, do Vianense, já viveu
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Tiago Oliveira não é um nome conhecido no futebol, mas sonha fazer carreira e um dia alcançar a "Liga Inglesa e a Seleção Nacional". Por outro lado, Vítor Correia vai cumprir três décadas de carreira, como sénior, na próxima temporada. De um lado está um avançado, de 16 anos, que em 2020/21 fará parte da equipa principal do Salgueiros, e do outro um guarda-redes de 48 anos, que ainda não quer pendurar as luvas e renovou por mais uma época, com o Vianense.
Portuenses e minhotos vão disputar o Campeonato de Portugal da época que se avizinha, sendo que Tiago é o jogador mais jovem dos que até agora foram anunciados por todas as equipas do CdP, ao passo que Vítor é o mais experiente. Trinta e um ano e seis meses separam a data de nascimento de Tiago Oliveira da de Vítor, mas uma coisa não muda: a paixão pelo jogo.
"Há dez anos que ando a pensar em retirar-me, mas ano após ano falam comigo, pedem-me para ficar e eu lá continuo. Tinha decidido acabar esta época com o título de campeão distrital da AF Viana do Castelo, mas a covid-19 estragou-me os planos. Não queria acabar fora do campo", conta Vítor Correia, empresário no setor automóvel. Para Vítor, jogar é o menos importante. "Dou o meu contributo de outra forma. No balneário chamam-me "pai" e os mais novos veem-me como um exemplo. Quase todos os jogadores podiam ser meus filhos!", atira.
Tiago Oliveira fez 23 golos em 24 jogos nos Sub-17. Porém, antes do futebol está a escola, que o diga a reportagem de O JOGO, que teve que esperar que Tiago saísse das aulas de ontem. "Estou no 11º ano, na área de desporto. Só me vejo a ser jogador e, um dia mais tarde, treinador", relata. Saltar para a equipa principal é uma "grande oportunidade" da qual "não estava à espera". "Tenho uma grande responsabilidade, mas será um orgulho representar este clube", realça.
Vítor Correia guarda várias histórias para contar, entre elas os dois jogos em que entrou para... ponta de lança. "Era muito bom de cabeça e finalizava bem. No Neves, na III Divisão, estava eu e um avançado a aquecer e o treinador meteu-me nos descontos. No Âncora Praia também cheguei a entrar para avançado", recorda. Sem conhecer Tiago Oliveira, Vítor Correia sublinha que o trabalho é essencial para chegar ao topo. "Quem tiver qualidade e trabalhar bastante consegue chegar longe", vaticina.
Por outro lado, Tiago reconhece que, se fosse colega de Vítor, teria "muitas coisas" para aprender com o veterano. Por estes dias aguarda, ainda, a oportunidade de falar com Jorginho, treinador do Salgueiros. "Estou curioso para falar com o míster", conclui a nova promessa de Paranhos.