Um regresso em grande no Braga: "É um relógio suíço e nunca deixa ficar mal a equipa"
Raul Silva voltou ao onze três meses depois, colorindo uma exibição positiva com um golo. Daniel Ramos, que o treinou no Marítimo, elogia-lhe a capacidade de saber dar a volta por cima.
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Três meses depois de ter jogado pela última vez - em casa, com o Vitória de Guimarães, a 29 de agosto -, Raul Silva voltou a ser opção inicial na terça-feira, na receção ao Vizela.
O central coloriu a exibição positiva com um golo, o terceiro da goleada por 4-1, recuperando a confiança de Carlos Carvalhal, que o deve manter no onze domingo, diante do Estoril.
Uma lesão muscular retirou-o inicialmente dos planos do treinador do Braga, que depois, noutras ocasiões, não o utilizou por opção. Antes do regresso, Raul fora suplente nos últimos jogos da Liga Europa, dois com o Ludogorets e um na Dinamarca, ante o Midtjylland. "O Raul é um relógio suíço certo em todos os jogos e nunca deixa ficar mal a equipa. Independentemente de estar mais ou menos tempo parado, consegue ter uma produção positiva", garante Daniel Ramos, treinador do Al-Faisaly que orientou o jogador brasileiro no Marítimo, em 2016/17. "Fora do campo é pacato, tranquilo; é boa onda. Dentro do campo é um líder. Pela forma como se impõe, como aborda o jogo e pela eficácia, conseguiu ser um símbolo importante no Braga e, por isso, ficou vários anos", sublinha o treinador da equipa da Arábia Saudita.
Por considerar Raul Silva "um jogador claramente resiliente", Daniel Ramos não ficou surpreendido com o que aconteceu diante do Vizela, jogo em que o central marcou de cabeça e "cumpriu" defensivamente. "Quando vai a jogo fica muito focado, muito determinado, sabe bem as suas tarefas e domina as suas funções no jogo. E, além da qualidade que tem de leitura, passe, serenidade e análise, nos lances de bola parada tem a capacidade de ser forte no jogo aéreo", detalha, salientando ainda que o brasileiro "é agressivo no ataque dos espaços aéreos e percebe onde a bola poderá cair". Acrescenta, por isso, "um dado importante ao jogo: é um jogador-golo", elogia Daniel Ramos, que na altura em que o treinou, "admirava, principalmente, a tranquilidade que dava à equipa, com e sem bola, e a eficácia que tinha nas ações de jogo."
Clubes de olho não faltarão
Gorada a transferência, no início de setembro, para os turcos do Gaziantep, por divergências de última hora, Raul Silva não vai renovar em junho - tal como O JOGO já adiantou -, mês em que termina o contrato com o Braga, que representa desde 2017. "Não terá dificuldade em ter clube. Tem um passado e uma performance positiva quando é chamado, porque se cuida e faz bem o seu trabalho. Naturalmente que terá mercado", defende Daniel Ramos. "Por não ter muitos jogos, é normal que não esteja no nível de mercado que já teve, mas terá clubes interessados", acrescenta, não tendo dúvidas de que opções de escolha não lhe faltarão.