Foi dos médios mais proeminentes da II Liga na última década e desligou-se de uma dúzia de épocas no Covilhã para voltar ao ponto de partida, à sua São Martinho de Sande
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Quase 25 anos depois, Gilberto está de volta a casa. O médio, cuja carreira se notabilizou sobretudo no Covilhã, onde jogou 12 épocas, foi capitão e acumulou 392 jogos na II Liga, com 21 golos marcados à mistura, cessou a ligação aos serranos e, na ausência de convites de maior envergadura, ouviu o chamamento de Os Sandinenses. Foi em São Martinho de Sande (Guimarães) que começou a jogar futebol e a dar nas vistas, mudando-se quando era infantil de segundo ano (sub-13) para o Boavista. A família ficou para trás, a formação foi terminada nos axadrezados e, enquanto sénior, Boavista, Penalva do Castelo, Ermis Aradippou (Chipre), Oliveira de Frades e Covilhã preencheram o currículo do médio, 37 anos. Até aparecer, agora, a possibilidade de regressar.
Médio saiu do clube minhoto quando era ainda infantil. Ausência de outro tipo de convites levou-o a “aceitar” o projeto. Amigos de infância aplaudem a decisão e prometem ir ao estádio.
“Não era algo planeado, nem foi uma possibilidade assim que saí do Covilhã. O clube mostrou interesse; podia dizer que tive outras propostas, mas não tive nenhuma abordagem de Liga 3 e, nesse sentido, Os Sandinenses mostraram vontade que regressasse, fizeram todos os possíveis e aceitei o convite porque acredito neste projeto”, conta a O JOGO.
Com a vida pessoal enraizada na Serra da Estrela, Gilberto está, por estes dias, a readaptar-se. “As minhas filhas nasceram na Covilhã e neste momento estou a tratar da escola para elas, de estabilizar a minha esposa, que, felizmente, já tem trabalho. Para mim é um regresso ao passado e às origens”, sublinha. A proximidade à família é algo que não acontecia desde 2000, quando assinou pelo Boavista. “Só vinha cá em férias. Para a minha esposa também é importante, pois ela é do Porto. Vejo a família quase todos os dias. É diferente”, refere.
Habituado a ser profissional, treinando de manhã, Gilberto também terá de readquirir hábitos, pois o plantel só trabalha ao final da tarde. “Tive um convite para treinar uma equipa de formação, mas os treinos seriam à noite e não dá para conciliar. Tenho o Nível II de treinador e gostava de ficar ligado ao futebol”, explica. Por agora, a decisão foi aplaudida pelos amigos de infância. “Tenho um grupo com alguns deles e ficaram todos felizes por eu voltar. Fui muito novo embora e eles dizem que a minha história com Os Sandinenses não estava terminada. Alguns não têm por hábito ir aos jogos e dizem que vão começar a ir ao estádio”, revela. “Se o meu regresso já está a render? Parece que sim [risos]. Importante é que o clube fique feliz”, reforça.
Conquistada a permanência no Campeonato de Portugal em 2023/24, Gilberto que ver agora os minhotos mais estáveis na próxima temporada. “O objetivo será sempre fazer melhor e andarmos mais tranquilos. Se conseguirmos lutar por outros lugares...”, atira o médio.