Guarda-redes brasileiro reencontra o FC Porto, o segundo emblema que representou em Portugal. Aos 40 anos, ganhou o lugar e a média de golos sofridos caiu.
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Num campeonato que sabe valorizar o talento devidamente amadurecido, os 40 anos do guarda-redes titular do Boavista só podem surpreender por parecer inacreditável: Bracali continua igual, e isso basta-lhe para ser um trunfo de Petit no dérbi deste domingo, com o FC Porto.
Com ele na baliza há 12 jornadas e meia, a média de golos sofridos baixou de 1,8 por jogo nas oito partidas da prova que tiveram Alireza Beiranvand como titular para 1,2 com o mais velho do plantel - este valor inclui o saldo das primeiras seis jornadas, em que foi aposta do treinador João Pedro Sousa, mais as que se seguiram àquela segunda parte da deslocação a Alvalade, na ronda 14, em que o internacional iraniano se lesionou e, ao intervalo, com o marcador ainda a zero, cedeu o lugar a Bracali, que viria a sofrer os dois golos da vitória do campeão em título.
Foi o segundo jogo desta era de Petit no comando técnico e a saída de cena de Alireza Beiranvand permitiu ao dono da camisola número um embarcar numa trabalhosa consolidação do jogo e dos resultados que deixam a equipa muito perto da meta da permanência (tem 27 pontos, a seis do Tondela, que está no lugar de acesso ao play-off e a sete do Moreirense, o primeiro da zona de descida).
À derrota em Alvalade seguiu-se a goleada ao Braga (5-1), na Taça da Liga, e o Boavista arrancou aí para uma insólita série de sete jogos sem perder - venceu o Moreirense (1-0), logo a seguir, e depois teve meia dúzia de empates, até tropeçar no Santa Clara e arrancar para nova série de seis jornadas a pontuar, de novo com apenas uma vitória, num desafio à perseverança do coletivo, Bracali incluído. Desde o Moreirense, passaram dez jornadas (mais o empate com o Benfica, na Taça da Liga) até chegar ao fim de um desafio sem ver a bola entrar, com o Belenenses. Pelo meio, a eficácia dele foi determinante nos pontos conquistados - nada que o FC Porto não saiba, pois teve-o nos quadros, em 2011. Hoje, mora no Bessa um guardião com experiência, caráter e serenidade essenciais a um coletivo que, na defesa, raramente tem conhecido estabilidade.