Um português que conhece o Vélodrome: "Sporting pode beneficiar da falta de público"
Pereira Lage diz que os laterais do Marselha são fortes a atacar, mas que também deixam espaço. Jogador do Brest já jogou esta época com o adversário do Sporting e alerta para a importância de Clauss e Nuno Tavares na manobra dos marselheses, assim como para as bolas paradas dos franceses.
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Mathias Pereira Lage, médio do Brest, defrontou em agosto o Marselha, num jogo que terminou empatado 1-1.
O internacional sub-21 português, hoje com 25 anos, analisa para O JOGO o adversário do Sporting e destaca: "O ponto forte deles para mim são os dois laterais. O Clauss e o Nuno Tavares fazem todo o corredor, à direita e esquerda respetivamente, e envolvem-se muito nas ações atacantes e provocam desequilíbrios [Clauss tem um golo e quatro assistências; Nuno Tavares três golos]. Há também que ter atenção aos jogadores do ataque, com grande qualidade técnica e com golo."
Recordando o embate de agosto passado, Pereira Lage afirma: "Fizemos um pressing muito bom sobre os três centrais deles e eles não conseguiram jogar muito bem. Mas algumas vezes saíram a jogar pelos corredores e depois acabaram por marcar-nos um golo na sequência de um canto. As bolas paradas também são um ponto a ter em atenção por parte do Sporting."
Sobre as debilidades do Marselha, vê fragilidades também nos corredores. "Pela forma como eles atacam, o Sporting pode explorar o espaço nas costas dos laterais que estão sempre muito subidos. Se recuperar a bola e sair rápido em contra-ataque fica difícil para eles recuperarem e protegerem esse espaço."
Com um grande início de época na Ligue 1, o Marselha ainda não pontuou na Liga dos Campeões. Pereira Lage tem uma teoria que pode explicar esse facto. "Há uma grande diferença para quem joga esta prova: um erro na Ligue 1 nem sempre resulta em golo sofrido, mas na Champions um erro banal pode rapidamente resultar num problema e num golo do adversário", conclui.
Público faz falta ao Marselha
Pereira Lage admite que o Sporting pode beneficiar da ausência de público no Vélodrome e explica porquê: "Sempre que joguei lá havia adeptos e o ambiente no estádio é muito bom. Os adeptos estão sempre a apoiar e para o Marselha seria importante contarem com esse apoio, é um 12.º jogador. O Sporting pode beneficiar da falta de público, o ambiente vai ser mais calmo e talvez o Marselha tenha maior dificuldade em colocar a intensidade habitual no jogo por não contar com esse incentivo extra vindo das bancadas. Estão habituados a ter desde o início dos jogos os adeptos a puxar e os jogadores como que se sentem obrigados a jogar sempre nos limites."