Em conversa com O JOGO, o coordenador-técnico Pedro Silva admitiu quebra de 60% nas receitas e disse esperar uma "mãozinha" financeira e material dos leões para manter o espaço em funcionamento.
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Inaugurada em 2019, a Escola Academia Sporting (EAS) de Florianópolis foi um caso sério de sucesso, ilustrado por troféus internacionais em sub-13 e sub-15, mas o projeto está ameaçado pela covid-19. Em conversa com O JOGO, o coordenador-técnico Pedro Silva revelou ter lançado um SOS para Alvalade com o intuito de salvar postos de trabalho e garantir o normal funcionamento da EAS.
"Tínhamos cerca de 300 jovens inscritos, mas, à conta da pandemia, mais de 100 deixaram de treinar. Falei com o Sporting e avisei que estávamos a perder cerca de 60% das receitas. Vamos ter que pedir ajuda a Lisboa, porque não queremos deixar de pagar os salários ao nosso pessoal. Felizmente já temos uma reunião apalavrada", revelou.
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O antigo lateral dos leões, que vestiu a verde e branca entre 2007 e 2010, também traçou um cenário negro no "combate" da formação brasileira frente ao coronavírus. "Existem imensas escolinhas de futebol que vão ter de fechar devido aos elevados prejuízos. Já é difícil convencer as crianças a largar as consolas para jogar futebol. Quando a pandemia passar ainda vai ser pior porque o medo não vai passar tão cedo. Vejo ainda mais desistências no horizonte", lamentou.
Distanciamento com lágrimas
Ultrapassado um período onde a EAS esteve de portas fechadas, os treinos voltaram há cerca de quatro semanas e cumprem, à risca, a recomendação das autoridades de saúde do estado de Santa Catarina. "Os miúdos treinam em pares durante meia hora, os treinadores usam máscara e todo o material é devidamente higienizado com álcool gel. Os pais medem a temperatura deles antes de virem para o treino e ficam à espera dos meninos dentro dos carros, porque nas instalações só entram atletas e treinadores", explicou Pedro Silva.
Habituados a verem a EAS como um espaço de convívio e, em alguns casos, de fuga a uma realidade difícil, os miúdos não escapam às frustrações de um vírus que contraria os valores do espaço, ao separar em vez de unir. "Os que têm vindo treinar estranham não poderem fazer peladinhas ou exercícios com outros jogadores. Temos de explicar a situação, mas eles ficam tristes e, alguns, chegam mesmo a chorar porque sentem falta dos amigos. É uma situação muito complicada de gerir", admitiu o antigo lateral.