<strong>ENTREVISTA - </strong>Paulo Gomes, diretor da Academia cumpre um ano em funções e lidera a revolução que Frederico Varandas quer na formação, garantindo que há qualidade para que surjam futuros craques.
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Paulo Gomes eleva a fasquia da formação verde e branca, mostrando-se esperançado num futuro de sucesso. "Vamos ter muitos e bons jogadores...", afiançou a O JOGO.
Faz um ano desde que assumiu a direção da Academia. Vai mais sorridente para casa do que ia quando entrou?
-Vou sempre com o sorriso de "estive na Academia todo o dia a trabalhar para o Sporting" - é essa a minha motivação. Trabalho todos os dias para que o Sporting seja melhor e só vou ficar completamente contente quando, em 2022, terminarmos a reestruturação que temos planeada.
Não quer dar demasiada importância ao passado, mas lembra que não encontrou o centro de treinos em boas condições. "Muito satisfeito" com primeiro de muitos passos importantes
O Sporting voltará, como disse, a ter a melhor Academia do Mundo?
-Estou cada vez mais consciente disso. Temos excelentes profissionais, a ambição de querermos o melhor, seja a nível de jogadores, seja a nível de tecnologia.
Que provas "visíveis" já se podem retirar do vosso trabalho. Os sub-23 com as e as 10 vitórias em 10 jogos?
- Já há sinais de que as coisas estão a mudar. E basta ver, por exemplo nos sub-23, a integração de jovens com uma idade bastante inferior à do último ano no plantel. Estamos a tirar proveito dessa mudança. As pessoas focam-se no resultado, mas olho além disso. O nosso processo de mudança a nível técnico está implementado há três meses, desde o início da época, e por isso são determinadas coisas que vão demorar em termos de resultados.
"Queremos jovens na nossa equipa, mas isto não é um estalar de dedos"
Recentemente, na visita ao Aves, o Sporting apresentou-se sem jogadores formados na Academia.
-Esta Direção comprometeu-se - é nisso que estamos a trabalhar - a investir na Academia e ter uma equipa profissional com jogadores formados no Sporting em quantidade e qualidade. Queremos que os jovens joguem na nossa equipa. É essa a aposta. Mas isto não é só estalar dedos e aparecem jogadores, não há aqui uma varinha mágica. O processo de formação demora tempo. Estragar é rápido, formar demora tempo...
...acha que se estragou rápido?
-Não vale a pena falar do passado. Sei perfeitamente como apanhei a Academia quando entrei aqui. Não estamos a fazer esta reestruturação por capricho nosso. Estamos a executá-la porque estava mesmo muito má em termos de condições. Tínhamos relvados sintéticos com 10 anos e relatórios médicos que nos alertavam para possíveis lesões... Isto é impossível a nível profissional. Os sócios avaliam os resultados e começam logo pela equipa principal. Se não tiverem condições para treinar, como é que vão conseguir resultados? O passado, passou. Estamos a olhar para o futuro, neste caso para 2022.
Em termos de recrutamento, o Sporting continua em condições de ter os melhores?
-Neste momento temos a direção técnica, a cargo do Miguel Quaresma, a trabalhar diretamente com o recrutamento. Esperamos ter bons resultados com isso. Está tudo a correr muito bem.
Cristiano Ronaldo está um pouco por todo o lado da ala da formação. Há algum a aparecer?
-[risos] O segredo é a alma do negócio. Achamos que sim, ainda que nunca vá aparecer um Cristiano Ronaldo todos os dias. Mas trabalhamos diariamente para ter um novo Cristiano Ronaldo. É esse o nosso objetivo.
Vão aparecer muitas surpresas nos próximos anos?
-Sim. O Sporting tem uma boa geração de jogadores nos escalões mais baixos. Penso que vão aparecer muitos e bons jogadores para o plantel principal.
Que balanço fez do seu ano na Academia com Frederico Varandas?
-Entreguei, há 15 dias, um balanço deste primeiro ano. Quem está de fora não nota, porque só olha aos resultados, mas as diferenças são muito grandes. Estou muito satisfeito com o trabalho de todos os funcionários, com quem trabalha de forma mais direta comigo e com as atividades que temos vindo a fazer, como as reuniões da família Sporting - já fizemos duas, uma na Academia e outra no estádio.
SILAS PODE CONTAR "COM APOIO DE TODOS"
Quase no fim da conversa exclusiva com O JOGO, Paulo Gomes comentou a chegada de Silas ao cargo de treinador da equipa principal do Sporting. É, curiosamente, um regresso a casa, uma vez que em criança completou de leão ao peito dois anos da sua formação. "É verdade e uma feliz coincidência. O mister Silas pode contar com todo o apoio da Academia para fazer o melhor trabalho possível", garantiu.
"REFORMA? VAMOS NOS 8 A 10%"
Frederico Varandas assumiu um investimento de 12 M€ na Academia até 2022. Em termos percentuais, em que ponto está este trabalho?
-Gastámos, talvez, entre 8 a 10% daquilo que temos, à volta de quase 2 M€. Relvados naturais, sintéticos, obras totais em determinadas áreas, as remodelações que estão agora em ação, como no departamento clínico, o ginásio que já está todo orçamentado... Estamos nesses valores.
Estão abaixo, dentro ou acima das expectativas?
-Não vamos esconder nada: estamos dentro do que delineámos. Como tudo, isto avança mais ou menos depressa consoante com o dinheiro que está disponível.
A Academia foi pensada para 50 pessoas e no máximo cinco equipas. Hoje há 300 e um total de nove formações. O Sporting vai aumentar a Academia?
-Não vamos dobrar a área, mas sim aumentar. Esperamos, até ao final do ano, mostrar o "masterplan" e no início do próximo começar as obras.
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"TIAGO DJALÓ JÁ ESTAVA NA FASE FINAL"
Apanhou situações delicadas, como Tiago Djaló, promessa que acabou por ir para o Milan...
-Nesse caso já encontrámos as negociações em fase final. O Sporting está bem servido, num clube como este um plantel nunca está fechado. O talento e a qualidade estão lá. Estamos sempre disponíveis para receber os melhores.
Que papel têm tido Filipe Osório de Castro, "vice" para o Património, e Tomaz Morais, diretor da Formação e Liderança?
-Têm sido muito importantes. Trabalhamos em equipa. Há a vontade de todos e temos a ideia definida pela Direção.
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