Magrão é dono e senhor da baliza dos vila-condenses na Liga Revelação e contou a O JOGO que atuar no Velho Continente era uma das grandes ambições enquanto profissional.
Corpo do artigo
Audenirton Soares da Silva, mais conhecido por Magrão, tem 21 anos e chegou em 2020 a Vila do Conde para a primeira experiência no futebol europeu, após um percurso formativo repartido entre o Fortaleza e o Palmeiras. O convite do Rio Ave surgiu e o brasileiro não pensou duas vezes. "Quando estava no Palmeiras, soube que o Rio Ave estava muito interessado em mim. O meu grande sonho de menino era jogar na Europa e, por isso, não hesitei e abracei o projeto. Foi a melhor decisão da minha vida. Estou rodeado das pessoas certas e acredito muito na minha evolução", sublinha o jovem natural do Rio de Janeiro.
A adaptação a Portugal correu bem e foi "tranquila", porém, Magrão afirma que nos relvados de Portugal os guarda-redes têm mais trabalho do que no Brasil, o que o obrigou a aprimorar uma das suas maiores armas, o jogo de pés. "Em jogo, os guarda-redes são mais requisitados no futebol português. Jogamos muito com os pés e isso é bom. Evoluí muito em termos técnicos. Aqui, encontrei as melhores condições de trabalho", diz o atleta.
O Rio Ave está a protagonizar uma excelente época na Liga Revelação, ocupando o 2.º lugar da fase de apuramento de campeão, mas para o brasileiro o grande objetivo da época já foi alcançado com a passagem à fase que coroa o campeão. Integrado num grupo "muito unido e feliz" dentro do campo, Magrão considera que "a época está a ser muito boa" e que os jogadores estão "muito felizes" por terem alcançado "uma grande vitória com a passagem à fase de campeão". Agora, garante, vão "tentar lutar para obter a melhor classificação possível. O grupo está focado e unido, e a felicidade dentro de campo é notória".
No Brasil, o seu primeiro treinador foi o pai, que defendia as balizas de clubes modestos. O guardião contou a O JOGO que o pai sonhara ser jogador profissional, por isso trabalha no duro para o homenagear. "O meu pai tinha o sonho de ser profissional. Também faço isto por ele, o sonho dele tornou-se no meu sonho", vinca.
Ederson é o modelo a seguir
Sem problemas em assumir os sonhos, o promissor guardião, utilizado em 16 jogos na Liga Revelação, tem a próxima meta da carreira bem definida e uma figura como referência. "Quero estrear-me pela equipa principal. Sinto que estou cada vez mais perto. Espelho-me no Ederson. Também começou a dar nas vistas aqui e agora está onde está". O agora guarda-redes do Manchester City deu-se a conhecer na formação de Vila do Conde e tem feito um percurso grandioso no futebol. " Temos características idênticas. Somos ambos ousados e bons tecnicamente", garante.
Nos tempos em que vestia a camisola do Palmeiras, o brasileiro destacou-se por ser um dos melhores guarda-redes da sua geração e conquistou vários títulos, como um Campeonato Brasileiro de sub-20, em 2018, e dois campeonatos paulistas da mesma categoria, em 2018 e 2019.
O jovem destaca ainda a importância da Liga Revelação, dizendo que qualidade não falta. "É uma competição muito interessante, bastante competitiva e com muita qualidade. Está a ser uma experiência muito positiva para mim e tenho crescido imenso", conta.