"Um jogador que fica vários anos num grande, acaba por encarnar o espírito do clube"
O JOGO convidou Ademar e José Alberto Costa, ex-jogadores de Sporting e FC Porto a falarem sobre mística e antiguidade.
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Ademar Marques, ex-jogador do Sporting
"O que conta nestes jogos é o caráter do jogador"
Um clássico mexe mais com um jogador que tenha passado pela formação de um dos clubes?
-Estes jogos grandes, clássicos e dérbis, mexem tanto com os jogadores da formação como com os outros que vieram de fora. Ninguém quer perder estas partidas, os clássicos são os jogos que qualquer futebolista deseja jogar e vencer. Eu quando estava na formação do Sporting, dos infantis aos juniores, disputei muitos dérbis com o Benfica e essa rivalidade e conhecimento de defrontar o rival já vinha daí. Mas no caso do FC Porto isso não sucedia, porque nós jogávamos na zona sul e eles na zona norte, essa rivalidade não se verificava ao nível da formação.
E não há uma mensagem que é passada dentro do clube, desde cedo, sobre a importância destes jogos? Até por jogadores que passam mais anos no clube, mesmo sem terem sido lá formados?
-Na minha perspetiva, nestes jogos o que conta mais é sobretudo o caráter dos jogadores e não o facto de se ser formado ou não num clube, de ter um passado nos escalões de formação. É óbvio que um jogador que fica vários anos num clube grande, mesmo que não tenha começado lá, acaba também por encarnar o espírito do clube, a chamada mística. Mas isso também depende da capacidade do clube transmitir os seus valores a sua mística. Mas, repito, o mais importante nestes clássicos é o caráter do futebolista, estes são os melhores jogos para um jogador mostrar do que é feito, para assumir responsabilidades.
O testemunho de José Alberto Costa:
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