Um golo sofrido em 11 jogos: "Não somos equipa de estacionar o autocarro"

Marcelo Valverde, guarda-redes do Torreense
Marcelo Valverde, do Torreense, é o guarda-redes menos batido dos campeonatos nacionais. Porém, nada foi alcançado com autocarros
O jogador, de 31 anos, já passou pela I Liga, ao serviço do Nacional, e voltou a Portugal na época passada.
Como está o guarda-redes menos batido dos campeonatos nacionais?
-Não esperava ter este registo. É a primeira vez que me acontece algo deste género e é uma sensação muito especial. Porém, esta é uma marca da equipa toda.
Mas o segundo classificado da Série F é uma equipa pragmática?
-Com estes números até parece que somos defensivos, mas pelo contrário. Tentamos jogar no meio-campo do adversário e não somos equipa de estacionar o autocarro à frente da baliza. Queremos sempre ter a bola e dominamos os oponentes na maioria dos jogos.
Os adversários já falam entre eles que não sabem como fazer um golo ao Marcelo?
-Conheço alguns adversários, mas ainda não tive esse tipo de conversa com eles. Todavia, é claro que tenho amigos que estão impressionados com este registo.
Vão a Braga jogar os "oitavos" da Taça de Portugal. Acha que esta marca vai ruir perante um adversário de tanta valia?
-Todos sabemos que vai ser um jogo muito difícil, mas vamos lá apresentar o nosso futebol e contamos ter o mesmo desempenho das últimas partidas. Espero manter este recorde por mais algum tempo.
O objetivo é subir à II Liga?
-Sem dúvida, esse é o objetivo traçado pela Direção desde o princípio.
Veio para Portugal em 2011, saiu em 2013 e só voltou na época passada. Tinha saudades?
-Por mim nunca tinha saído de Portugal, só que deparei-me com problemas judiciais com o meu empresário da altura. Por vezes apanhamos pessoas que só atrapalham, em vez de ajudarem.
Ou seja, foi enganado?
-Posso dizer que sim, mas aos poucos estou de novo a mostrar o meu valor e quem sabe se não posso vir a jogar uma II Liga ou uma I Liga pelo Torreense.
Fez 15 jogos na I Liga, pelo Nacional. Que memórias guarda?
-Encontrei no Nacional uma estrutura incrível. Estreei-me num jogo em casa, com o Paços de Ferreira, ganhámos 1-0 e fui o melhor em campo. Não tive tanta sequência, devido a lesões, mas ter jogado na Luz, Dragão, Alvalade ou Braga foi impressionante. Realizei um sonho de miúdo.
Foi formado no Flamengo. Que guarda-redes o influenciaram?
- Trabalhei com o Bruno [guarda-redes condenado em 2010 pelo assassinato da namorada] e ele acima da média, era guarda-redes de seleção. Condenação? Fiquei surpreendido, claro. É daquelas histórias difíceis de acreditar. Além disso, o Júlio César foi a minha inspiração e o meu ídolo.
