Análise de José Boto, diretor de scouting do Shaktha e antigo coordenador do departamento de scouting das águias, ao Dínamo de Kiev, adversário do Benfica.
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O Benfica inicia esta terça-feira, em Kiev, a fase de grupos da Liga dos Campeões diante do Dínamo. José Boto, diretor de scouting e conselheiro da administração do Shakthar, conhece bem as principais características deste adversário das águias e a O JOGO lança um alerta: "Muita atenção ao contra-ataque."
"Não se importam [Dínamo] de entregar a bola ao adversário, mas quando a recuperam voam para o ataque, são verdadeiras setas"
Esta é a primeira chamada de atenção, mas o antigo coordenador do departamento de scouting do Benfica vai mais longe e faz um raio x ao emblema de Kiev. Desde logo, sublinhando a forma "compacta" como a equipa ucraniana joga.
"Não se trata de uma equipa de posse. O grande trunfo são as saídas rápidas em contra-ataque e com muitos jogadores envolvidos. Não se importam de entregar a bola ao adversário, mas quando a recuperam voam para o ataque, são verdadeiras setas. É um conjunto chato, muito forte nos duelos", realça, destacando de imediato a qualidade e influência do médio-ofensivo Mykola Shaparenko, apresentando-o como "o elemento mais determinante da equipa" e o principal responsável pelos "lançamentos para os extremos e atacantes". "Mexe com o jogo todo. Tem uma técnica e visão de jogo acima da média", acrescenta José Boto, sugerindo uma atenção especial aos corredores porque o Dínamo tem "laterais muito rápidos e com boa chegada ao ataque".
No centro da defesa e, apesar da sua juventude, Zabarnyi, é o "jogador mais sólido", atira o antigo funcionário das águias.
Os lances de bola parada são um trunfo importante do campeão ucraniano. "São fortes fisicamente, promovem o contacto e aproveitam bem os lances de bola parada. O Benfica tem de tentar fugir desse contacto. Trata-se de uma equipa perigosa, com jogadores muito disponíveis fisicamente e que não viram a cara à luta", ressalva.
José Boto revela ainda a forma como o Shakthar tem tentado anular o Dínamo sempre que defronta este adversário. "Não é muito elaborado taticamente, não tem grandes segredos. O que fazemos normalmente quando jogamos contra eles é mantermos a bola do nosso lado e não dar espaço para o contra-ataque", sublinha, reafirmando que o sucesso do Benfica deve passar pela mesma fórmula.
"Weigl e João Mário são muito bons tecnicamente e têm capacidade para manter a bola e isso permitirá ao Benfica controlar o jogo. Parece-me que o Benfica tem um ligeiro favoritismo, mas lembrem-se que eles nunca dão nada por perdido. Lutam, são bravos. Estão motivados pois ganharam quase todos os jogos. Mas o Benfica também tem feito um início de época muito positivo e os seus jogadores estão confiantes, prontos para o jogo", atira.