Confira as notas atribuídas por O JOGO aos jogadores do Sporting na goleada caseira sofrida diante do Ajax, 1-5, na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.
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SPORTING UM A UM
Adán 5
Sem a mínima responsabilidade nos golos, o espanhol foi sempre apanhado sem a proteção necessária. No primeiro golo é um desvio infeliz que lhe impede a defesa ao remate. Com os pés, colocou a bola onde nenhum central foi capaz, acelerando a saída de bola.
Neto 4
Promovido a capitão na ausência de Coates, Neto tocou na bola e enganou Adán. Como líbero, depois da saída de Inácio, teve dificuldades em estabelecer a linha. Passou para trás e para o lado, sem dar andamento à equipa.
Gonçalo Inácio 4
Era dúvida devido a lesão e saiu com outro problema. Não estabilizou o eixo na posição de Coates e o Ajax entrou como quis, sem ser apanhado em fora de jogo.
Feddal 3
Primeira parte para esquecer. Sempre a atacar a bola à queima, ficou a ver jogar no primeiro e no terceiro golo do Ajax. Berghuis percebeu a dificuldade do marroquino e procurou a bola na sua zona. Nunca atinou nas marcações. Um cabeceamento perto do golo antes do intervalo.
Pedro Porro 6
Tadic não ameaçou porque Porro foi certinho nos duelos. O espanhol subiu muito de produção no segundo tempo, atirando uma vez ao ferro e outra para Pasveer resolver.
João Palhinha 5
Andou perdido na primeira parte, sem conseguir tirar o espaço aos rivais. Sem que o físico o ajudasse a ganhar duelos ficou mais retraído taticamente na segunda parte. Fechou o que pôde.
Matheus Nunes 7
Matheus erra alguns passes, até demora a soltar o esférico, mas quando engata ninguém o pára. Foi o moto r do Sporting no primeiro tempo, levou a equipa ao ataque e serviu Paulinho para o golo. Acabou a extremo para manter a bola e tapar a ala.
Rúben Vinagre 3
Fica mal na figura em três golos. Tremeu sempre que teve a bola. Deixou Antony brincar à sua frente e assim se geraram o primeiro e terceiro golos neerlandeses. No segundo, num passe longo, teve tempo para se posicionar: abriu a avenida, levando com a bola nas costas.
Jovane Cabral 4
Um cruzamento teleguiado para Feddal nos primeiros 45 minutos... e nada mais. Não lutou pela bola e saiu, sem surpresa, ao intervalo.
A FIGURA
Paulinho: 7
Juntou a eficácia à habitual força combinativa
Paulinho tem gerado unanimidade: ora por ser inquestionável a capacidade que denota na manobra ofensiva, combinando com os colegas, ora por não traduzir em golos a maioria dos remates que faz. Ontem, foi o agitador da bancada e colocou-se ao serviço da missão da reviravolta, finalizando, com o pé esquerdo, um lance que anda há muito a aprimorar. Rodou sobre o próprio corpo e com um pequeno desvio reduziu a desvantagem, fazendo o seu primeiro golo na Liga dos Campeões, acertando na baliza, o que tem faltado na Liga. A cruzamento de Feddal, foi rápido a posicionar-se e a cabecear, com antologia, para o que seria o 2-3, um tento anulado por poucos centímetros. Mostrou o faro pelo golo, respondeu à crítica e apresentou os dotes que habitua os adeptos: recebe com propriedade, funciona como placa giratória e faz a equipa jogar. Sem bola, foi dando instruções a Nuno Santos e a Matheus Nunes e foi, a par do luso-brasileiro, o atleta mais contagiante.
Nuno Santos 5
Lutou muito, desmarcou-se sempre e fez com que a equipa respirasse com bola. Os cruzamentos não tiveram o melhor endereço postal.
Ricardo Esgaio 4
Foi chamado para o eixo e sofreu com a entrada dos médios do Ajax em zona de finalização. Ficou a ver Haller aparecer nas costas para o 1-5.
Matheus Reis 3
Entrou para o lugar de Vinagre e no primeiro lance atacante do Ajax na segunda parte não fez melhor do que o colega. Deixou Antony e Mazraoui terem tempo para tudo no 1-4 e no 1-5. De carrinho evitou o sexto golo.
Sarabia 5
Apareceu no reatamento, tocou bem com os colegas, pautando os ritmos. Aplaudido pelos adeptos, não errou, mas o jogo já estava perdido.
Tiago Tomás 4
Pressionou, fez faltas, mas nunca assustou Pasveer.
Daniel Bragança 4
Recuado no meio-campo, falhou em alguns posicionamentos. Certinho no passe.
Como jogou o Ajax
O diabo Antony e o póquer de Haller
Com futebol ofensivo, mobilidade a toda largura do relvado e muita capacidade técnica na linha da frente, o Ajax mostrou que está noutro patamar em relação aos leões, a começar pela experiência nesta competição. Depois de marcarem cedo e de praticamente resolverem o jogo em dez minutos, os neerlandeses controlaram sempre coletivamente e foram muito fortes no plano individual, com destaque óbvio para Antony e Sébastian Haller, dupla que construiu quatro golos.
Defesa
O guarda-redes Renko Pasveer falhou claramente no golo leonino, mostrando ser o elo mais fraco da zona mais recuada, sendo certo que a linha defensiva mostrou algumas debilidades quando foi pressionada. A exceção foi o lateral-direito Noussair Mazraoui, autor de uma assistência no 5-1 e de alguns cortes importantes em zonas recuadas. Timber, Lisandro Martínez e Blind cumpriram.
Meio-campo
Edson Álvarez controlou sempre o corredor central na zona mais recuada da linha intermediária, cabendo a Steven Berghuls e a Ryan Gravenberch a ligação para o ataque e a pressão alta sobre o meio-campo do Sporting. No terceiro golo dos holandeses, Berghuis marcou e Gravenberch assistiu-o, numa jogada simples e eficaz.
Ataque
Perante as exibições de Sébastian Haller e Antony, o consagrado Dusan Tadic passou quase despercebido na esquerda do ataque, onde perdeu muitos duelos com Porro. No lado contrário, Antony foi absolutamente demolidor, construindo as jogadas de quatro golos da equipa, todos marcados por Sébastian Haller, um autêntico bombardeiro na área. Um noite verdadeiramente inesquecível para esta dupla terrível que dinamitou a defesa do Sporting.