Um a um do Portimonense-FC Porto: Marega regressa aos golos e Lucas atenua diferenças
<em><strong>UM A UM</strong></em> - Apreciação ao desempenho dos jogadores do Portimonense e do FC Porto, após a partida entre ambos, a contar para a 29.ª jornada da I Liga.
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PORTIMONENSE UM A UM
Ricardo Ferreira 5
Reagiu um pouco tarde ao remate de Brahimi no 0-1, aparentemente por estar "tapado" por Vítor Tormena. A sair da área, evitando a profundidade para Marega ou Soares, foi um ás, como, de resto, é costume, reflexo do seu bom jogo com os pés. Aos 49" sacudiu um remate de Marega.
Vítor Tormena 4
Impediu Brahimi de ganhar a linha de fundo e tentou fechar pelo centro, numa ação discreta e sem destaque.
Lucas 4
Policiou Soares, de início, depois também "apanhou" Marega, e, entre o deve e o haver, saiu-se com nota mediana. Mas não teve pernas - nem olho - para evitar a desmarcação do maliano no 0-2.
Jadson 6
Cortes providenciais, inclusive a dobrar os colegas do setor e muitas vezes com boa nota. Travou ainda alguns lances suscetíveis de finalização, mas esse registo sabe a pouco.
Rúben Fernandes 5
Escassos dez minutos em campo. Uma lesão muscular, quando acompanhava Marega num lance em profundidade, ditou a saída precoce.
Pedro Sá 5
Procurou "cortar" o jogo interior do FC Porto, o mais concentrado possível, mas era concorrência a mais para um homem só.
Dener 5
Posicionado ligeiramente à frente de Pedro Sá e Lucas Fernandes, o médio brasileiro atuou bem perto de Jackson, numa espécie de "dez", mas com pouca bola. Na segunda parte trocou com Lucas Fernandes e fez o duplo pivô com Pedro Sá.
Lucas Fernandes 6
Rijo duelo com Danilo, sem se intimidar com o "físico" do internacional português, e dois remates logo a seguir ao 0-1, dando nota do inconformismo dos algarvios. Surgiu em posições mais avançadas, após o intervalo, assumindo a construção. Saiu aos 70", sem repetir o que de melhor fizera no primeiro tempo.
Aylton 6
Um bom tiro (34"), descaído sobre o flanco esquerdo do ataque, mas com a "mira" demasiado alta. Nunca se furtou aos duelos, assumiu o um para um com Manafá, mesmo sem tirar grandes dividendos.
Tabata 5
Procurou muito as diagonais e o jogo interior, confirmando a imagem de "bom de bola", embora tivesse ficado pelas intenções.
Jackson Martínez 5
Mais do que pelo ataque ao golo, evidenciou-se pela fineza de passes, sobretudo para os flancos, "chamando" pela desmarcação dos companheiros.
Henrique 4
Rendeu Rúben Fernandes logo à dúzia de minutos e teve uma atuação discreta, embora com o foco no acompanhamento dos lances de ataque.
Wellington 4
Entre a direita e o eixo do ataque, sem espaço para destaque.
Ruster 5
Teve remate mais perigoso da equipa, aos 81". Mexe com o jogo sempre que é chamado.
FC PORTO UM A UM
Casillas 6
Aos 17" saiu da baliza de forma corajosa para evitar o remate de Lucas Fernandes, um minuto defendeu um remate traiçoeiro do brasileiro, aos 45"+1 afastou um cruzamento ameaçador de Tabata e na segunda parte... descansou.
Manafá 5
As dificuldades que sentiu para controlar Aylton Boa Morte não o impediram de se projetar com frequência no ataque no primeiro tempo. Apareceu na interior ou nas proximidades da área a cruzar um par de vezes, mas nunca encontrou destinatário.
Pepe 7
Dominador pelo ar e pelo chão, varreu a maioria dos lances que surgiram no seu raio de ação e ainda dobrou uma mão cheia de ocasiões os parceiros de sector. Aos 30" fez um túnel a meio-campo e iniciou jogada de perigo; aos 53" executou um corte e comandou o contra-ataque.
Militão 6
Impetuoso na abordagem da maioria dos lances, conseguiu manter Jackson afastado da zona de finalização na maior parte do tempo e ainda efetuou cortes importantes. Aos 87", por exemplo, Lucas encontrava-se nas costas para finalizar. Foi dele o primeiro cabeceamento no lance do 3-0
Alex Telles 6
A presença de Tabata levou-o a ser mais contido nas subidas pelo flanco, até por o ala deu-lhe muito que fazer. Até aos 35", por exemplo, só havia subido uma vez. Ainda assim, fez a assistência para Marega fazer o 2-0.
Danilo 6
Foi um tampão importante para a defesa, impondo-se pelo físico na intensa luta do meio-campo, onde os adversários recorreram por diversas vezes à falta para o travar. Não facilitou na circulação de bola, mas também não arriscou muito.
Herrera 6
O golo (fácil) ao cair do pano foi o ponto alto de uma exibição que primou mais pela eficiência do que pelo brilhantismo. Na pressão e na reação à perda, nada a apontar-lhe. Mas na ligação defesa-ataque deixou um pouco a desejar.
Corona 6
Aproveitou os poucos espaços que lhe deram para encontrar brechas na defesa contrária e lançou Marega (15") na jogada do 1-0. O entendimento com Manafá foi constante até uma lesão o subtrair do jogo (59").
Brahimi 6
Foi o primeiro a festejar, através de um remate que passou por vários buracos da agulha, e arriscou sempre que pôde no um para um, acabando por enfiar-se em alguns becos sem saída. Com o tempo foi perdendo fulgor e acabou substituído.
Soares 5
As frequentes solicitações pelo ar dificultaram-lhe a vida, mas na retina ficou um toque de cabeça a isolar Marega minutos antes de dar o lugar a Fernando Andrade. O mais perto que esteve de marcar foi na baliza... errada, quando desviou um canto para o poste.
Otávio 6
Apesar de ter entrado para a direita, a saída de Soares levou-o a derivar para o meio e foi a partir daí que procurou melhorar a ligação entre setores.
Fernando Andrade 5
Foi mais importante pela ajuda que forneceu a Manafá do que pelos desequilíbrios ofensivos que causou.
Bruno Costa 6
Estreia auspiciosa na Liga, batendo o canto que resultaria no 3-0 final.
A FIGURA
Marega:7
Perdulário em Anfield, mortífero em Portimão. A transformação de Marega foi total no espaço de quatro dias. O avançado, que tanta mossa tem provocado na Liga dos Campeões, resolveu dar um ar da sua graça no campeonato, empurrando o FC Porto para um triunfo que o mantém bem vivo na luta pela conquista do título. Contudo, antes de voltar a exibir os dotes de goleador, o maliano começou por oferecer a Brahimi a oportunidade de marcar, numa jogada em que explorou muito bem a profundidade, o espaço e as distrações dos centrais do Portimonense. Foi assim, aliás, que escapou a Jadson (49") numa jogada que foi uma espécie de ensaio para o que viria a seguir. Ricardo Ferreira ainda lhe negou esse remate, com uma defesa complicada junto à relva, mas já nada pôde fazer aos 74", quando o atacante portista fugiu nas costas de Lucas e, com um belo gesto técnico, fez a bola passar-lhe por cima e entrar junto ao poste. Foi a morte dos algarvios.