UM A UM: Análise ao desempenho dos jogadores do Portimonense-FC Porto, que os dragões venceram por 3-2
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PORTIMONENSE
Ricardo Ferreira 5
Sofreu dois golos sem fazer praticamente uma defesa. Aliás, na primeira parte fez apenas uma, sacudindo um remate de Zé Luís. Teve mais trabalho após o intervalo.
Anzai 7
Um golão para recordar! Fletindo para o centro, o japonês decidiu-se por um remate colocado e em arco, daqueles que fazem levantar um estádio. De resto, com Díaz e Alex Telles pela frente, subiu pouco no terreno.
Jadson 5
Originou a grande penalidade, ao tentar o desvio de carrinho com o braço estendido. Recompôs-se rapidamente, efetuou alguns bons cortes e, num deles, tirou o pão da boca a Danilo (64").
Rodrigo 5
Não se inibiu na estreia a titular, apesar do perigo público à sua volta. Revelou boa leitura dos lances e foi lesto na hora de aliviar.
Júnior Tavares 5
O último reforço entrou direto no onze e fê-lo cheio de gás, o que não é sinónimo, porém, de total lucidez. A defender, revelou falhas na marcação.
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Pedro Sá 5
Um passe falhado e mal medido, entregando a bola a Marega, que foi o princípio do 0-2. Reagiu, voltou à luta, ajudou os centrais e terminou em bom plano, acompanhando a subida da equipa.
Rômulo 4
Atento a Danilo, começou por ocupar bem a zona intermediária, mas a sua ação foi perdendo chama, em especial quando os dragões intensificaram o domínio do jogo.
Lucas Fernandes 6
O médio que mais se aproximava de Jackson Martínez procurou também condicionar a saída com bola de Uribe. Na construção, porfiou e ainda fez algumas solicitações bem medidas.
Aylton 6
Tentou explorar a velocidade, foi dando trabalho a Corona e cruzou para o golo.
Tabata 6
Duelo rijo com Alex Telles, mas sem conseguir ganhar a linha de fundo ou tão-pouco ensaiar as diagonais de que tanto gosta. Após o intervalo surgiu mais afoito.
Jackson Martínez 6
Procurou ter bola e deu muita luta a Pepe. Aos 87" testou Marchesín e ajudou sobremaneira na cavalgada final.
Dener 7
Entrou bem, fez o primeiro remate da equipa, aos 74", e logo para golo. Foi ele que ressuscitou a equipa.
Marlos 7
Uma boa arrancada no início do lance que deu o golo de Dener e logo a seguir outra, também com intenção. Aos 83" disparou forte e depois cavou a expulsão de Telles.
Cevallos 5
Ajudou à pressão e refrescou o meio-campo, com lucidez. -Hélio Nascimento
FC PORTO
Marchesín 6
Do nada, sofreu dois golos, sem responsabilidade. Na fase de maior aperto, sem exuberâncias, segurou o que lhe era exigido.
Corona 6
Aylton incomodou-o pouco e por isso pôde avançar no terreno, combinando com Otávio. O canto no decisivo golo de Marcano foi dele.
Pepe 6
Compensou as subidas de Corona e cortou bem o pouco que houve para cortar.
Alex Telles 3
Sereno no penálti, afundou-se na fase má do FC Porto. Ficou a olhar para Dener no primeiro golo, viu Anzai avançar até ao espetacular segundo e foi expulso já perto do fim. Jogo 150 para esquecer...
Danilo 7
O mais rematador (de longe) da equipa, que ajudou a empurrar para a frente. Apareceu em zonas de finalização e até acertou no poste. A articulação com Uribe está cada vez mais afinada e esmagou a iniciativa do Portimonense.
Uribe 6
A parte final do que se disse para Danilo vale também para o colombiano. Sem ter sido tão vistoso no ataque, a exibição foi segura e certeira. E houve ainda um bom cruzamento no golo de Zé Luís.
Otávio 8
Substituiu Baró no onze e ficaria bem como figura. Foi sempre o mais inspirado, aliando espetáculo a eficácia: ganhou o penálti e assinou mais um par de jogadas (aos 27" e aos 66", por exemplo) de gala. E, no fim, ainda acalmou um Sérgio Conceição descontrolado, que descarregava em Nakajima...
Luis Díaz 7
Acertou no poste aos 13" e, sem ter feito tudo bem, esteve sempre ligado às jogadas mais criativas do FC Porto, aliando técnica e velocidade. Saiu e a equipa afundou-se, numa coincidência curiosa.
Marega 5
A disponibilidade física já não impressiona. É uma garantia, e voltou a sê-lo em Portimão. Mas não chega. Penteou a bola no lance do golo de Zé Luís e teve um remate (52") que Ricardo defendeu. Bem espremido, foi isso.
Zé Luís 6
Também não esteve em muitos lances, procurando articular-se com Marega para ir buscar jogo mais atrás. Há uma diferença em relação ao maliano, quando se espreme tudo: um golo.
Nakajima 3
É verdade que a sua entrada coincidiu com o apagão e que foi ineficaz na cobertura a Anzai, abrindo alas ao golaço do japonês. Mas é fácil (e talvez injusto) ver nele a fonte de todos os males, e é preciso ter estômago para aguentar Conceição a berrar-lhe à vista de todos. A boa educação japonesa fê-lo ter fair play no descontrolo do treinador.
Soares 5
Entrou numa fase complicada - muito, até. Não foi preciso recorrer a chuveirinho final, mas foi um bom clone de Zé Luís.
Fábio Silva -
Entrou nos descontos e pôde viver as emoções do golo de Marcano de perto. Mais nada.
A FIGURA
MARCANO 8
É uma figura tão óbvia quanto inesperada. Parece contraditório mas não é. Um golo no último suspiro do jogo salvou o FC Porto e salvou-lhe também a pele, porque, na radiografia dos golos sofridos pelos dragões, mesmo que se discuta a responsabilidade direta, a verdade é que, entre ele e Alex Telles, houve ali alguma parcimónia nas coberturas. Teve um bom corte aos 43", impedindo a bola de chegar a Jackson, mas a verdade é que não tinha sido muito importunado até ao tal apagão da equipa. Já em desespero, manteve a cabeça fria e sintonizada com a baliza, num bom golpe a dar sequência a um canto de Corona.