Declarações de Anatoliy Trubin, guarda-redes do Benfica, em entrevista ao portal "Ukrainian Football"
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Arranque positivo, mas não perfeito, em Portugal: “Antes de mais, este é um trabalho que vem fruto de toda a equipa. Já tivemos alguns jogos com pouca confiança, sobretudo no início da época. Todos nós passámos por uma fase menos boa enquanto equipa. Mas penso que só descemos de um pico para subirmos a outro. Agora podemos ver que, mesmo que ainda não seja perfeito, já passámos esse período e, gradualmente, passo a passo, a cada jogo, o Benfica está a jogar cada vez melhor. Não podemos ficar agora a olhar para trás, para um ou outro indicador ou estatística. É preciso somar o maior número de pontos possível, ganhar todos os jogos, para que o final da época seja ainda melhor. O campeonato português é surpreendentemente competitivo, não se perdoam perdas de pontos ou mesmo más séries de curta duração”.
Melhor defesa que fez até ao momento? “Os adversários têm qualidade e em cada jogo é preciso estar sempre vigilante. Melhor defesa? Os adeptos que julguem. Talvez celebrem aquela de que também me lembro - no jogo contra o Inter, quando Lautaro Martínez rematou - mas penso que as minhas melhores defesas ainda estão para vir”.
Di María, João Mário e David Neres sem quem lhe provoca mais dificuldades quando rematam nos treinos? “Sim, de facto o Benfica tem vários jogadores com excelentes remates. Esses realmente conseguem rematar de uma forma em que tens de dar tudo para defender. No entanto, durante os treinos, toda a gente pode marcar, por isso tens de estar sempre pronto. E não importa se é Di María, António Silva ou Neres”.
Existem muitos ucranianos a viver em Portugal: “Encontro-me frequentemente com compatriotas, conversei com muitas pessoas que o destino levou para o estrangeiro por uma razão ou outra. Para ser sincero, algumas histórias são simplesmente assustadoras - como as pessoas fugiram da guerra, como perderam todos os seus bens ou, Deus nos livre, os seus familiares... Mas compreendo porque é que escolheram Portugal. É um país lindo, com um clima e um povo maravilhosos. A sua simpatia é imediata, tal como a dos portugueses, que são pessoas abertas e agradáveis. Muito obrigado a Portugal e ao seu povo pelo que fizeram pelos ucranianos durante a guerra. Cada uma destas vidas, cada história humana, não tem preço. As características mais importantes que vejo na maioria dos ucranianos são o desejo de ajudar o país e de regressar aos seus locais de origem. Mas atualmente cerca de 17% do país está ocupado por terroristas da Rússia, pelo que nem todos têm essa oportunidade”.