Treinador argentino nunca repetiu o onze em sete jogos e já chegou a mudar seis peças. Com o Vitória foram cinco...
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Martín Anselmi chegou ao FC Porto há praticamente um mês. Polémicas à parte pela forma como deixou o Cruz Azul, o técnico argentino conquistou de imediato a plateia azul e branca através do seu discurso e promessas de um futebol arrojado baseado num sistema tático novo para a realidade do clube. Sete jogos depois, o Dragão deu os primeiros sinais de impaciência para com as decisões e apostas de Martín, que ainda não se traduziram nos resultados desejados: duas vitórias, quatro empates e uma derrota é o saldo de uma equipa que ainda está à procura de se encontrar com a filosofia do novo treinador e que, por exemplo, ainda não ganhou em casa em 2025. Há, porém, outro dado que salta à vista e que poderá estar a prejudicar as rotinas e o conhecimento mútuo entre os jogadores: as constantes mudanças que são operadas de jogo para jogo.
Autêntico laboratório de Anselmi poderá estar a condicionar a adaptação ao novo sistema tático e ideias de jogo. Já foram titulares 19 jogadores e só dois começaram todos os jogos: Diogo Costa e Moura.
No mínimo, Martín Anselmi fez duas alterações, no máximo seis, uma autêntica revolução (entre Roma e Farense), e quase sempre mexeu mais do que seria obrigado por castigos ou lesões. Como foi o caso da receção ao V. Guimarães em que não podia contar com João Mário e Nehuén Pérez, mas também sentou no banco Samu, Eustáquio e Tiago Djaló. Nos sete jogos em que orientou a equipa, são 19 os jogadores titulares (Diogo Costa e Moura os únicos que começaram sempre), sendo que do atual plantel apenas Martim Fernandes, Marcano, Grujic, Zaidu, Vasco Sousa e William não foram apostas iniciais.
Provavelmente, todos os treinadores defendem que não existe um onze ideal, mas o contexto atual do FC Porto não será o ideal para as constantes mudanças. Pelo menos, para quem analisa de fora. A equipa ainda está a assimilar as ideias de Anselmi e a habituar-se ao tal novo sistema tático, que privilegia uma saída de bola pelos centrais.
6 - É o “recorde” de trocas de um onze para o outro. Entre Roma e Farense. Mas nos últimos dois Anselmi também mexeu muito: cinco peças
Os resultados são a face mais visível deste período de adaptação em que tem sido igualmente notória a incapacidade para gerir a vantagem no marcador, havendo ainda uma enorme diferença de rendimento entre as duas partes e uma sucessão de golos sofridos na sequência de erros individuais e coletivos. Os (apenas) cinco remates enquadrados no total das sete primeiras partes em que Anselmi esteve no banco têm motivado muita discussão e até Samu questionou a forma como a equipa ataca.