Troca de lugares entre Benfica e FC Porto? História diz que é improvável, mas não impossível
História das 88 edições do campeonato reforça o favoritismo do Benfica. No entanto, há duas que suportam a crença do FC Porto
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No mundo perfeito das probabilidades pode dizer-se com um elevado grau de certeza que ainda tudo pode acontecer na luta entre Benfica e FC Porto pelo título. A diferença (teórica) entre as equipas que vão disputar os jogos decisivos e a história do campeonato apontam no sentido de uma reviravolta altamente improvável na corrente que a prova começou a levar na quarta jornada, quando os encarnados se isolaram no primeiro lugar, mas impossível é claramente uma palavra que não pode ser utilizada nesta equação.
A competição conheceu a inversão dos dois primeiros classificados à entrada para a última jornada em 1954/55 e 1978/79. Águias só precisam de empatar... se os dragões não vencerem por 11 de diferença!
Vejamos: em 86 das 88 edições da liga, o líder à entrada para a última jornada acabou por receber as faixas no final. São aquelas duas exceções que suportam a crença dos portistas, protagonizadas quando o rádio era o melhor amigo dos adeptos ou a televisão ainda transmitia a preto e branco. Em 1954/55, o Belenenses tinha um ponto de vantagem sobre o Benfica, mas empatou (2-2) com o Sporting e foi ultrapassado em cima da linha da meta pelas águias, que venceram (3-0) o Atlético e celebraram o título no desempate pelo confronto direto. Em 1978/79, o FC Porto entrou para o último jogo com os mesmos pontos do Sporting (50), mas uma derrota (2-0) em Espinho e um triunfo (3-0) dos leões na receção ao Leiria resultaram na inversão de posições.
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Ora, para que isto não suceda, o Benfica só tem de fazer uma coisa teoricamente simples: vencer em casa o Santa Clara. Um empate também poderá ser suficiente, mas a partir daqui entra-se no campo das probabilidades de uma remota ascensão do FC Porto ao primeiro lugar. Para que isso seja uma realidade, os dragões são obrigados a derrotar o V. Guimarães por... 11-0, anulando, desta forma, o fosso existente na diferença de golos entre as duas equipas. Uma hipótese deveras remota, não só pelo nível qualitativo de ambos, mas também porque o triunfo mais volumoso que obtiveram em casa contra os vitorianos na liga foi... 10-0, em 1944/45 e 1953/54. Improvável, portanto.
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Prosseguindo pelo terreno das possibilidades, eis que se chega ao cenário que deixaria o Benfica em suspense até conhecer o resultado do FC Porto. Em caso de derrota com o Santa Clara, os encarnados precisam que os dragões tropecem com o V. Guimarães. Caso contrário, pouco interessarão os números de um eventual triunfo da equipa de Sérgio Conceição. A história não deixa margem para dúvidas sobre o favoritismo dos lisboetas, que venceram sete dos oitos jogos que realizaram em casa com os açorianos. No outro (2019/20), perderam contra... Zaidu e companhia. O lateral-esquerdo, agora nos azuis e brancos, até fez um golo. E tudo isto para voltarmos ao início: é improvável uma troca de lugares entre Benfica e FC Porto no sábado? É. É impossível? De todo.