Três elementos na Comissão Executiva de Villas-Boas: "É o projeto da minha vida"
Declarações de João Borges, José Luís Andrade e Tiago Madureira durante a apresentação enquanto elementos da Comissão Executiva da candidatura de André Villas-Boas à presidência do FC Porto
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João Borges: "Fui entrando neste projeto aos poucos. Já acompanho o André noutras áres e fui entrando no projeto devagarinho, mas quando o convite formal surgiu, não hesitei um segundo. É a oportunidade de trabalhar e servir o FC Porto. Depois, fazer parte da equipa que vai servir o clube. Agradeço ao André a confiança. Este é o projeto da minha vida."
José Luís: "Não estava nos meus planos regressar à atividade em Portugal neste momento. Mas há comboios que não passam duas vezes e este passou numa altura que tornou fácil a decisão. Primeiro, pelo sentimento pelo clube. Segundo, porque partilho do sentimento do André, o clube encontra-se numa situação complicada e precisa de um novo rumo. Terceiro, porque ao falar com o André percebi que era a pessoa certa para liderar o projeto."
Tiago Madureira: "Primeiro, é uma honra servir o clube. Gostava de ser sócio desde o dia que nasci, mas 1987 é uma boa data. Partilho a visão que o André quer trazer. Depois de conhecer o projeto, as pessoas, de perceber o quão importante é, que clube vamos ter em 2028, era impossível virar as costas. A paixão do André contagia qualquer pessoa que sente o FC Porto."
João Borges (Área Operacional): "Numa primeira fase, será necessário fazer a avaliação profunda do Grupo FC Porto. Pela informação que é pública e vamos obtendo, parece evidente que é preciso uma reestruturação de departamentos e empresas que compõe o FC Porto. Temos de trazer modernidade, melhoria das infraestruturas físicas e tecnológicas. Temos de contribuir para o equilíbrio financeiro. Se analisar o relatório e contas do FC Porto, os números demonstram e são o reflexo dos problemas estruturais do clube. Ao olhar para ele, vemos muito desperdício na organização. Temos custos e serviçoes maiores do que um dos rivais, o merchandising é inferior ao dos rivais, temos outros custos que nõ sabemos a que se devem. A transformação digital é transversal a qualquer departamento e é condição sim ou sim. Temos de transportar o FC Porto para a modernidade. Perceber onde estão as ineficiências e trabalhar sobre elas. Queremos de volver o orgulho de trabalhar e servir o FC Porto. Urge devolver esse sentimento aos colaboradores, que se foi perdendo. Os trabalhadores do FC Porto poderão estar tranquilos connosco. Em qualquer grupo empresarial, os colaboradores são a chave do sucesso. São eles que lutam e trabalham em prol da instituição. Estarem satisfeitos, motivados, é um caminho claro e evidente para o sucesso do FC Porto. Sabemos que o grupo FC Porto está repleto de excelentes profissionais, temos de dar ferramentas e condições para colocar essas competências ao serviço do clube. Não é lógico termos uma Administração com salários acima da média e depois vermos os trabalhadores não serem recompensados pelo esforço que deram para o sucesso do grupo."
Tiago Madureira (Expansão Internacional): "Não há forma politicamente correta de colocar esse tema. É chocante que em 2024, quando qualquer organização mundial se gera com big data, estejamos num grupo como o FC Porto a falar de iniciar um processo de transformação tecnológica. Seja quase irrealista estarmos neste ponto. Numa era de evolução contínua, o FC Porto continua a ter sistemas primitivos na relação com os associados. É urgente fazer o FC Porto regressar à modernidade. É um processo integrado que vai tocar em várias unidades de grupo, desde a desportiva, que vai viver com estes avanços tecnológicos, mas na relação com os sócios e adeptos que se vai evidenciar. A mudança nunca foi feita porque os sócios e adeptos deixaram de ser a prioridade na tomada de decisão. Como é possível ter feito um caminho de afastamento dos sócios, que depois é visível em pequenos exemplos. Queremos restaurar o treino de 1 de janeiro, as apresentações... tudo medidas de aproximação, colocar os sócios no centro da nossa tomada de decisão- É um compromisso que teremos. As receitas dividem-se em direitos audiovisuais, que estão antecipados com exceção de 2028, as receitas do rendimento desportivo e as comerciais. Elas vão ter uma importância grande. Foi assinado um acordo de cedência do coração da Porto Comercial. Há perguntas que carecem de esclarecimentos, nomeadamente por que motivos foram transferidos. Dos 70% que ficou, haverá já alguma fatia desse valor garantida numa qualquer operação de receitas. É um quadro preocupante."
José Luís Andrade (Área Jurídica): "Não estaria a ser sincero se dissesse que não vejo algumas indicações e notícias sobre o processo de execução, dívidas vencidas. O importante é fazer uma análise sobre a prioridade, tomar medidas corretivas para abordar esses problemas. O departamento jurídico é instrumental de suporte das outras unidades do grupo. Vamos tentar mitigar os riscos e proteger os ativos. Queremos colocar o clube cumpridor. Os uncumprimentos têm consequências diretas pesadas. Mesmo que não tenham, os incumprimentos pesados têm peso no futuro. Estes créditos gastam-se. Não se passa uma borracha sobre isso. Temos de ter cautela, implementar um sistema e cumprir religiosamente com estas obrigações. Não é sustentável sair e entrar no fair play financeiro. Temos de nos deixar disso de uma vez por todas. Os clube tem de estar presente no processo de decisão. Não é nas cerimónis e sorteios, mas olhar para esta atividade como fundamental para alcançar os objetivos estratégicos."
João Borges: "Falhar a Champions tem impacto direto nas receitas, pode ser mitigado pelas receitas do Mundial de Clubes, mas todas as melhorias operacionais vão permitir poupança nos custos. Gastarmos mais de 20ME por ano do que um rival nos serviços externos parece poupança. Não vamos conseguir fazê-lo de um dia para o outro, mas com o tempo perceber onde estão a ser gastos os recursos do clube. Se somarmos todas as ineficiências que detetámos numa análise geral, a curto prazo vamos conseguir mitigar a eventual não presença na Champions. Com a eliminação destes desperdícios, não vamos repor a receita perdida, mas não comprometer a competitividade da equipa com estas melhorias de resultados e eficiência operacional."