
Nuno Pinto Fernandes / Global Imagens
Real Sport Clube defronta o Benfica para a Taça de Portugal na quarta-feira, pelo que o treinador da equipa de Massamá vai acompanhar o dérbi com especial atenção. Mas não só por isso.
Conhece bem a dupla Miguel Quaresma/Jorge Jesus, certo?
O Miguel Quaresma foi meu treinador nos juniores e ainda hoje me identifico com ele. Temos uma relação de grande proximidade, gosto muito de falar com ele sobre futebol. Foi o treinador que me marcou mais, o que me potenciou as minhas características como jogador, na altura. Além disso, é uma pessoa com quem eu também tenho relação de amizade. Falo muitas vezes com ele, estamos muitas vezes juntos. Com Jorge Jesus estive pouco tempo, apenas três meses, porque depois fui emprestado ao Estoril, mas é uma pessoa que respira futebol, sabe muito de futebol e está a fazer um excelente trabalho no Sporting, como no Benfica também o fez. Tem o seu feitio, a sua maneira de ser, mas acho que ninguém pode retirar qualidade ao trabalho e ao potencial dele como treinador de futebol. Tenho uma boa relação com Jesus, é uma pessoa sempre cordial, excelente, podemos dizer que ele dentro do campo se transforma porque fora do campo é uma pessoa extremamente afável, muito acessível. Mas quando entra no campo leva as coisas demasiado a sério.
Em que sentido Quaresma foi o mais importante para si?
Em todos. Com ele aprendo, ainda hoje. Gosto muito de o ouvir falar, as horas passam e parecem minutos, porque ele é um mestre no futebol. Tem uma cultura futebolística muito acima da média. É um pouco o meu mentor no treino.
E terá sido também relevante na definição das características de Jesus como treinador?
Tem muita, mesmo, porque o próprio Jesus melhorou bastante as suas performances desde que passou a ter Miguel Quaresma como adjunto direto. Na altura eram muito amigos. Veio acrescentar muito, até na personalidade dele. Jesus é agora uma pessoa mais ponderada, sobretudo no relacionamento que tem com os jogadores, porque ele tinha um trato não muito fácil e com o feed-back que eu tenho tido parece que está um pouco mais ponderado, pelo menos com os jogadores.
Imaginemos que o Sporting perde este jogo e depois é eliminado na Taça. As coisas podem complicar-se...
O futebol é mesmo isso. Também podemos pensar que há três semanas o Sporting estava a sete e agora está a dois. Mas será muito importante para ambas as equipas. O Benfica vem de uma vantagem de sete pontos e pode também perder a liderança, como o Sporting, no caso de perder, pode ver os níveis anímicos virem por aí abaixo. É eliminado da Europa, se ficar a cinco do Benfica não é fulcral neste momento, porque não será decisivo e mesmo o FC Porto está na luta.
