Treinador do Montalegre até teve razão: regulamentos diferentes e citados não agrediram jogadores
Treinador do Montalegre queixou-se de uma alegada discriminação no plano disciplinar que o afastou da Taça.
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Encantado com o desempenho do Montalegre nos oitavos de final inéditos com o Benfica (0-1), o treinador José Manuel Viage deixou na conferência de Imprensa que se seguiu ao jogo críticas ao critério disciplinar federativo que o remeteu para a bancada num desafio histórico para o clube da Série A do Campeonato de Portugal. Suspenso por ter sido expulso do banco por duas vezes, nesta época, afirmou que, "em Portugal, costumam ser muito fortes com os fracos e demasiado fracos com os fortes". Para se defender, deu exemplos da I Liga, com a salvaguarda do "respeito" pelos visados.
"Sérgio Conceição já foi expulso seis vezes e nunca deixou de estar no banco", atirou, e lembrou ainda "Abel Ferreira", para concluir que, "se tivesse uma equipa mais forte e outro nome", como "Jorge Jesus ou Rui Vitória ou José Mourinho", provavelmente, "não tinha de estar 80 dias fora" por algo que "não foi assim tão grave".
Há, de facto, uma diferença nos castigos: Conceição, Abel e Vitória trabalham na I Liga, sujeitos às normas disciplinares das provas profissionais; a Viage, do terceiro escalão, aplicam-se as normas federativas, e há diferenças. O caso do treinador do Montalegre ilustra-as: primeiro, foi suspenso por 45 dias por "agredir com uma chapada um adversário", no jogo com o Fafe, sanção da qual não recorreu. O castigo foi conhecido a 31 de outubro e, a 25 de novembro, na eliminatória da Taça de Portugal, com o Águeda, foi para o banco. Por desrespeitar o castigo, recebeu 30 dias de suspensão. Desta vez, recorreu, mas não lhe foi dada razão e por isso ficou na bancada, com o Benfica. Se um treinador das ligas profissionais agredir um adversário, a moldura penal prevê 15 a 274 dias de suspensão; no regulamento disciplinar federativo, é de 15 dias a dois anos.