Declarações de Tozé Marreco, treinador do Tondela, à margem do treino aberto que os beirões realizaram esta segunda-feira.
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O que o levou a aceitar o Tondela? "Primeiro do que tudo foi a confiança demonstrada naquilo que eu tinha feito. É um clube que não me é indiferente, por tudo aquilo que aqui vivi, como é lógico. Agora, não cheguei aqui pelos golos que fiz. Cheguei porque as pessoas confiaram no trabalho destes três anos que, graças a Deus, correu muito bem. Depois, claro, é um desafio enorme, porque vivemos uma situação que nenhum clube em Portugal viveu e teremos de ir buscar o melhor de nós."
Isso não o fez pensar duas vezes? "Não. São as regras e eu sabia-o desde o início. Agora, só há uma solução, que é arranjar soluções, trabalhar, sabendo que estas são as regras do jogo, neste momento."
Como é este plantel? "Uma base muito interessante de jogadores que veio do ano passado em que há, obviamente, um compromisso assumido desde o início de que só não podemos controlar as saídas dos jogadores que estão com cláusula. De resto, é contar com eles de forma inequívoca, como tem acontecido. Estão a ser inexcedíveis na forma como estão a trabalhar, na entrega, na atitude, claramente receptivos às minhas ideias. Agora, é juntar a esta base muito interessante que temos um grupo que vem dos juniores e cujas qualidades estamos a tentar potenciar ao máximo."
Juniores: "Independentemente de tudo, sou a favor da formação, tem de ser a base. Sempre o defendi, mesmo quando jogava. Agora, também não têm de ser opção só por serem juniores, também sou dessa opinião. Aqui, há uma situação muito especial, um grupo de jogadores que tem qualidade. Obviamente, se me pergunta se estão preparados para dar resposta imediata, não estão. Estamos a trabalhá-los ao máximo para potenciar as qualidades e anular os problemas. É esse o meu trabalho, agora, e fazer o mesmo com os outros, aproveitar as melhores características deles."
Evolução: "Tem sido notória, temo-lo sentido nos jogos que temos feito. O que temos trabalhado tem sido aplicado e em termos de entrega e receptividade para aquilo que eu quero estou extremamente contente e confiante, tal como quando cheguei, de que este grupo de jogadores nos pode ajudar muito."
O que quer do Tondela? "Quero consistência e quero lidar com a realidade que temos. A minha forma de estar será sempre lidar com a verdade, com toda a gente. Não vendo mentiras nem ilusões nem o que quer que seja. O Tondela está numa situação única e isso limita-nos nalgumas coisas, mas também tem de potenciar o melhor de nós. Não me foi nem pode ser exigido absolutamente nada nos objetivos. O que pode ser exigido, o que quero é que, em cada jogo, o Tondela vá mostrar que quer ganhar, e isso vai acontecer. Mais do que isso não vou alimentar, não vou dizer. Vou apenas exigir esta entrega, esta atitude, esta ambição, e entrar em jogo para ganhar."
O que mudou desde que deixou Tondela? "O clube fez muita coisa boa, nestes sete anos, cresceu em termos de estruturas de forma muito consistente e fez aqui muita coisa bem feita. Está um clube completamente diferente nas condições. Os jogadores e a equipa técnica temos muito boas condições para trabalhar e isso deve deixar o clube orgulhoso. Os adeptos, esta região tem de ser a nossa força. Quem está no interior nem sempre é bem tratado e isso tem de ser a nossa força. Essa crença, essa ambição, essa vontade tem de ser a base de tudo. Ajudou-nos muito, há sete anos, na subida, e vai ajudar-nos agora, também, a construir a equipa."
Adeptos presentes: "A época passada acabou, já não há nada a fazer, não vale a pena sequer falar sobre isso. Vale a pena é dizer, como o fiz desde o primeiro dia, que os adeptos vão ser essenciais e tê-los aqui hoje é importante, como vai ser importante tê-los na Supertaça; se possível, alguns contra o Nacional e por aí fora. Vão ser essenciais porque é nos momentos mais difíceis que precisamos de toda a gente para apoiar e não tenho dúvida de que isso vai aconteceu. Precisamos deles e vai ser esta ligação que nos vai ajudar a ganhar muitos jogos."
Repto para os adeptos, na Supertaça: "Acima de tudo, ambição, vontade de querer jogar o jogo. Isso é essencial. Podemos enfrentar o jogo de todas as formas, não o podemos perder por não lutarmos, por não corrermos, por não irmos até à exaustão. É isso que quero que esteja presente logo desde este jogo da Supertaça, é isso que vou pedir aos jogadores, além da organização."