Tozé Marreco coloca lugar à disposição e deixa reparo: "Está muito fácil fazer contrato, ganhe-se ou perca-se é sempre Efe-Erre-Á"
Treinador assumiu responsabilidades mas também deixou alguns recados aos jogadores. Equipa algarvia foi derrotada em casa pelo Nacional
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Falta de estabilidade emocional: "Faltou equilíbrio emocional, maturidade que já nos custou pontos noutros jogos. Com o Santa Clara, em estávamos muito bem no jogo, conseguimos trazer de lá um ponto na altura, mas com uma expulsão a acabar a primeira parte. Falta-nos equilíbrio emocional. Foi uma tecla na qual eu bati muito, porque esta questão de ter que ganhar leva a este tipo de coisas que são injustificáveis. No minuto 40 ficarmos com menos um jogador [Elves Baldé] prejudicou-nos claramente. Não digo que estivéssemos a fazer um grande jogo, mas notou-se essa ansiedade."
Pressão a aumentar: "À medida que os jogos passam é preciso personalidade, porque a bola começa a saltar mais, a receção começa a ficar mais difícil, porque começamos a tremer um bocadinho, o que é normal no aspeto da necessidade pontual, mas depois é a questão do caráter, da personalidade que precisamos, e que não tivemos, num ato irrefletido que nos condicionou muito. E depois sim, [sentiu-se] na questão da finalização essa tensão, esse necessitar de fazer o golo, nos tirou discernimento, porque criámos muitas situações, nem sempre da melhor forma, é verdade, nem sempre de uma maneira tão limpa. Tivemos várias situações na área e não conseguimos fazer o 2-1."
Momento dos golos sofridos: "É o futebol. Neste caso, o treinador fica associado à questão de mexer na equipa e de sofrer golos, hoje é um mau treinador, e é efetivamente o segundo pior treinador da liga neste momento, e nós somos a segunda pior equipa, claramente. Muita coisa por fazer, muita coisa por mudar. Há que haver mais responsabilidade."
Mentalidade dos jogadores: "Eu vivo para isto, se calhar, horas em demasia de trabalho, mas precisamos que toda a gente esteja absolutamente responsável. Está fácil, o mercado está muito aberto. Acabei de lhes dizer o que estou a dizer aqui, já passei esta mensagem para dentro, está fácil para se fazer contratos, está muito fácil, o mercado está muito aberto, e parece que isto às vezes ganhe-se ou perca-se é sempre Efe-Erre-Á. Não pode ser."
Ainda a pressão: "Vai aumentar, isto é para os jogadores com personalidade, sem medos, porque agora a bola vai saltar mais um pouco, a baliza vai ficar mais pequenina e a questão da ansiedade vai refletir-se nesses momentos. Portanto, é para gente que seja capaz de assumir, que tenham consciência da responsabilidade que temos porque representamos um clube como não há muitos nesta liga, com o peso do Farense, com a história e o número de adeptos. Portanto, há que haver mais responsabilidade para este tipo de atos e de situações."
Responsabilidade pessoal e lugar à disposição: "Eu sou responsável, já disse várias vezes que eu sou responsável por tudo. Na hora disse ao presidente, lá dentro, que eu assumo os erros dos meus jogadores porque é assim, é assim que tem que ser, sou eu que os meto a jogar, sou eu que escolho os 11, sou eu que escolho as suas instituições. O ato irrefletido do Baldé, sou eu que tenho de assumir, fui eu que o escolhi. Não fui eu que escolhi o plantel, não fui eu que comecei a época, mas a responsabilidade é minha, toda minha, disse isso no primeiro dia. Disse agora ao presidente que o meu o lugar está sempre à disposição para alterações, que caso seja necessário, porque eu sou responsável de tudo, independentemente do que encontrei à minha chegada. Eu sou responsável, é a minha forma de estar, é a minha responsabilidade, que assumo e que tenho às costas, porque apesar da responsabilidade que tenho em cima, a minha consciência tem que estar sempre tranquila. É a minha forma de estar na vida, a minha forma de estar no futebol. Assumo as responsabilidades e todos os erros que os jogadores cometam. Cabe-me a mim depois também aí chamar-lhes à pedra a eles, que já o fiz agora e que faço-o constantemente, mas neste momento sou o principal responsável. O presidente tem tido um desgaste imenso também com isto tudo, põe muito daquilo que é a sua vida pessoal aqui. Mas se ele entender, eu sou o primeiro amanhã a fazer as minhas malas e ir até Coimbra."