Tottenham apresentou uma oferta de 45 milhões de euros mais objetivos, mas a SAD não está inclinada a aceitar. Dragões só têm 80 por cento do passe do colombiano e pretendem amarrá-lo até final da temporada, tendo o título na mira. O colombiano também não estará inclinado a mudar já de clube
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O FC Porto está a analisar uma proposta formal feita pelo Tottenham para contratar Luis Díaz ainda neste mercado de inverno, mas não está inclinada a aceitar. A oferta é de "apenas" 45 milhões de euros, um valor que poderá subir para lá dos 50 M€ mediante a concretização de determinados objetivos, e fica muito aquém das expectativas dos responsáveis portistas.
A cláusula de rescisão do colombiano é de 80 milhões de euros e embora Pinto da Costa tenha admitido negociar abaixo dessa fasquia, a ideia não passa por fazer saldo do jogador mais influente da equipa.
Segundo o que O JOGO apurou, o próprio Luis Díaz não está muito interessado em sair neste momento do Dragão, onde sente realizado e focado em ajudar a equipa a chegar ao título, preferindo esperar pelo defeso de verão para analisar propostas, sabendo que tem mais clubes ingleses - Manchester United, Liverpool e Newcastle - interessados. Aliás, as ambições do extremo não passam por mudar-se para um clube que já nem está a disputar as provas europeias [foi afastado da Conference League].
Antonio Conte, treinador do Tottenham, espera reforçar o plantel até segunda-feira, dia em que encerram as inscrições nesta janela de transferências, e Díaz é visto como um jogador que entraria de caras no onze de uma equipa que procura trepar na classificação e chegar aos lugares que dão acesso à Liga dos Campeões na próxima temporada.
Nesse sentido, pediu ao diretor desportivo, Fabio Paratici, ele próprio também um admirador do jogador portista, para apresentar uma proposta formal, tentando antecipar-se à concorrência.
Em Inglaterra, contudo, alguma Imprensa garantia mesmo que o FC Porto se apressou a responder com um não a esta proposta inicial dos "spurs", apesar de ter recebido um prazo de 48 horas para o fazer. Algo que não foi confirmado a O JOGO, embora tudo indique venha a ser essa a posição da administração. Além disso, há outro obstáculo - não totalmente impeditivo - neste negócio que é a presença de Díaz na seleção da Colômbia, que tem jogos decisivos no apuramento para o Mundial.
Dona de 80 por cento do passe, a SAD azul e branca ficaria com pouco mais de 30 milhões de euros depois de deduzida a parte correspondente ao Junior Barranquilla, mas também os encargos adicionais como comissões e o mecanismo de solidariedade. O que faz com que este negócio não seja particularmente apelativo.
Ainda por cima poderia colocar em causa o sucesso desportivo da equipa na presente temporada. Basta recordar que Luis Díaz é "só" o melhor marcador do FC Porto.
O FC Porto tem alguns compromissos para cumprir até ao final do mês, no âmbito do fair-play financeiro, de forma a ser autorizado a inscrever jogadores, mas não depende desta transferência para efetuar os pagamentos em falta. Ou seja, esse não é um trunfo que o Tottenham ou outro qualquer clube possam usar na tentativa de baixar o preço pedido pelo craque colombiano nesta janela de transferências, que está a poucos dias de encerrar.
Já igualou o melhor registo goleador
Luis Díaz reencontrou-se com os golos na receção ao Famalicão e igualou o melhor registo da carreira: 16 golos, tantos como em 2018 pelo Junior Barranquilla, mas com uma enorme diferença: na altura precisou de 57 jogos para atingir a marca a que agora chegou em menos de metade dos encontros (28).
Com quase meia temporada pela frente, tudo indica que Díaz vai subir a fasquia para números que impressionam, sobretudo para um extremo. Além disso, pode bater também o recorde individual de assistências. Para já tem cinco, menos uma do que fez na época passada e a duas do máximo da carreira, estabelecido no mesmo ano de 2018 pelo clube colombiano de onde se mudou para o FC Porto.
O golo ao Famalicão, refira-se, serviu ainda para evitar algo que seria inédito em 21/22: ficar três jogos consecutivos sem marcar de azul e branco.